
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta quinta-feira, o uso da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. De acordo com a agência, a dose reduzida para crianças mostrou eficácia estimada de 90% na incidência de casos de coronavírus, além de presença significativa de anticorpos contra a variante Delta, de maior transmissibilidade no País.
A decisão foi comunicada durante apresentação dos resultados de segurança, eficácia e tolerabilidade do imunizante para as faixas etárias com base nos dados apresentados pelo fabricante. O estudo foi feito com mais de 2.250 pessoas dessa faixa etária.
A liberação da vacina para o público – que terá dose diferente daquela aplicada em maiores de 12 anos – deve ser publicada ainda hoje no Diário Oficial da União. Assim, com o registro, o imunizante já pode ser aplicado. Contudo, ainda não há previsão de quando a campanha destinada às crianças inicie no país. Até o fim da manhã desta quinta-feira, o Ministério da Saúde não havia divulgado qualquer calendário de compra das doses específicas para a faixa etária dos 5 a 11 anos.
A dose da vacina que será aplicada nas crianças equivale a um terço da dose usada nos adultos, e o imunizante poderá ser armazenado por dez semanas à temperatura de 2°C a 8°C. Já a vacina aplicada em pessoas acima de 12 anos pode ser guardada por quatro semanas após o descongelamento. O frasco infantil é de cor laranja, enquanto o adulto é roxo.
A Anvisa sugeriu que a imunização contra a Covid-19 dessa faixa etária seja feita separadamente à dos adultos. Além disso, que não seja aplicada ao mesmo tempo que outras vacinas. Por precaução, o pedido é de intervalo de até 15 dias.
Ainda não foram apresentados pelo laboratório dados como a duração da proteção, a necessidade da dose de reforço e a efetividade contra a ômicron ou novas variantes que ainda apareçam.
O presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, destaca que os benefícios da aplicação da vacina contra a Covid-19 são maiores que riscos. “Só a covid mata mais do que todas as doenças do calendário vacinal infantil somadas”, relatou.
A Anvisa destacou, ainda, que a vacinação na faixa etária também terá impacto positivo na redução de transmissão da doença e ao minimizar as interrupções na educação dos mais jovens.
Diversos países iniciaram a vacinação das crianças antes do Brasil. Estados Unidos, Israel e Canadá começaram a imunização no começo de novembro e países da Europa iniciaram nesta semana, usando a Pfizer. Argentina, Emirados Árabes e El Salvador usam a Sinopharm, Moderna ou Pfizer nessa faixa etária. Cuba e Venezuela utilizam a Soberana, vacina cubana. Já China, Chile, Equador, Camboja, Indonésia e também aplicam a proteção em crianças, aplicam a vacina CoronaVac em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos.
Butantan solicitou autorização para usar CoronaVac em crianças
Na quarta-feira (15), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o Instituto Butantan protocolou um novo ofício à Anvisa para autorizar a aplicação da vacina CoronaVac em crianças e adolescentes. No começo do mês, Doria afirmou que o Estado tem reserva de 12 milhões de doses para vacinar crianças de 5 a 11 anos.
No Twitter, Doria argumentou que o imunizante produzido pelo Butantan está sendo utilizada em crianças em diversos países. “Pais e mães de todo o Brasil aguardam com ansiedade o momento de imunizar seus filhos”, escreveu.
O governador de São Paulo ressaltou que confia “na Anvisa, mas é hora de se tomar uma decisão antes das férias de Natal e Ano Novo. Lembrando que países vizinhos já estão vacinando nesta faixa”, destacou.