
“Está cada vez mais preocupante e dolorosa a situação na Faixa de Gaza”, enfatizou o papa Leão XIV
O Papa disse que renova “o apelo sincero para consentir a entrada de ajuda humanitária digna e para pôr fim às hostilidades, cujo preço desolador está sendo pago por crianças, idosos e doentes”,assinalou , nesta quarta-feira (21/05), ao final da primeira Audiência Geral na Praça São Pedro, pedindo para que seja liberada a passagem ao território invadido por Israel que há um ano e meio se tornou sinônimo de morte, violência, destruição e fome.
O Papa enfatizou que vivemos em um mundo cheio de guerra e pediu paz, observando que “em um mundo dividido pelo ódio e pela guerra, somos chamados a semear esperança e construir a paz”.
Além disso, em clara referência às atrocidades cometidas pelo governo israelense, diante dos mais de 40.000 fiéis reunidos na Praça do Vaticano, ele lembrou que “o apóstolo São Paulo ensina que cada um colherá o que semeou”.
A Audiência Geral desta quarta-feira foi proferida no momento em que caminhões carregados de ajuda humanitária que entraram em Gaza pela passagem de Kerem Shalom ainda estão esperando no lado da fronteira para chegar aos locais onde os produtos alimentícios e outros materiais devem ser distribuídos, como relatou a ONU e outras fontes humanitárias do local.
Entre os fatores que atravancam a distribuição está a proibição pelas forças de ocupação e extermínio de Israel da ação da Agência criada pela ONU em 1948 para socorrer os refugiados palestinos, a UNRWA.
LEÃO XIV SEGUE OS PASSOS DE FRANCISCO
As palavras de Leão XVI lembram os contínuos apelos do Papa Francisco para que “não parem de rezar pela paz”. E foi precisamente em memória do seu predecessor, que morreu em 21 de abril, que este apontamento foi dirigido ao final da Audiência Geral, acompanhado pelos aplausos dos fiéis presentes.
“E não podemos terminar este nosso encontro sem recordar com muita gratidão do nosso amado Papa Francisco, que exatamente há um mês voltou à casa do Pai”, frisou.
ONU DENUNCIA QUE AJUDA À GAZA ESTÁ PARADA POR ISRAEL
Na terça-feira (20/05), Israel anunciou que permitiria a entrada de caminhões na Faixa, mas, de acordo com informações transmitidas por agências locais, uma dúzia de caminhões da UNICEF e cinco dos Emirados Árabes Unidos, além de um número desconhecido do Programa Alimentar Mundial da ONU (PAM), ainda não conseguiram chegar aos pontos de distribuição. A Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA, em inglês) afirmou nesta quarta-feira que suprimentos em um de seus complexos, localizado a três horas de Gaza, estão parados à espera de liberação para entrada no território.
“Há 14 mil crianças que morrerão nas próximas 48 horas se não conseguirmos chegar até elas”, denunciou à BBC o chefe de ajuda humanitária da ONU, Tom Fletcher.
FORÇAS GENOCIDAS CONTINUAM ATAQUES INDISCRIMINADOS
E para deixar a situação ainda mais insuportável, ao amanhecer da quarta-feira, um ataque aéreo das Forças de Defesa de Israel (IDF) matou pelo menos 42 pessoas na Faixa de Gaza informou a Vatican News com dados fornecidos pelo Ministério da Saúde palestino. De acordo com a mesma
fonte, mais da metade das vítimas, 24 pessoas, foram mortas em Khan Yunis.
Por outro lado, os capacetes azuis da ONU denunciaram um ataque de Israel com drones no Líbano, na cidade de Al Mansouri, na área de competência da missão da UNIFIL, lembrando a todas as partes a necessidade de “garantir a segurança do pessoal da ONU e o respeito ao princípio da inviolabilidade das áreas controladas pelos capacetes azuis”.
O número de palestinos mortos em Gaza pela agressão genocida do regime de Netanyahu desde 7 de outubro de 2023 chegou a 53.655, a maioria mulheres e crianças, enquanto pelo menos 121.950 ficaram feridos.
Milhares de civis continuam desaparecidos sob os escombros, sem poder ser resgatados pela defesa civil palestina, que enfrenta constantes ataques de drones e agressões de forças genocidas de Netanyahu.