O apagão registrado em São Paulo após a chuva da última sexta-feira (11) deixou mais clientes sem energia elétrica do que o estado norte-americano da Flórida, atingido por uma onda de tornados e o furacão categoria 3 Milton, mostram números das empresas de energia elétrica. Neste domingo, mais de 900 mil residências ainda estão sem luz, enquanto a Enel sequer estabelece um prazo para resolver o problema.
A falta de energia na região metropolitana de São Paulo ocorreu após um temporal que durou menos de uma hora na última sexta-feira (11). Segundo a Defesa Civil, sete pessoas morreram na Grande SP e no interior do estado.
De acordo com comunicado da concessionária privada Enel, o serviço foi interrompido para 2 milhões de pessoas e no sábado, mais de 24 horas após as chuvas, 1,45 milhão de clientes, número que representa aproximadamente 18% do total de clientes da distribuidora, ainda estavam sem energia.
No mesmo horário, na tarde deste sábado, de acordo com o site de monitoramento dos Estados Unidos poweroutgage.us, o número de clientes sem energia elétrica no estado norte-americano da Flórida era pouco abaixo do de São Paulo com 1,4 milhão. No pico da falta de luz durante a passagem do furacão, a Flórida teve mais de 4 milhões de clientes sem serviço elétrico. A comparação foi feita pelo MetSul, que acompanha as condições meteorológicas no sul do país.
Neste domingo (13), a Enel informou que cerca de 900 mil clientes da capital paulista e cidades da Grande São Paulo ainda continuavam sem energia elétrica. Ainda conforme a concessionária, que atende São Paulo e Região Metropolitana.
O presidente da Enel Distribuição São Paulo, Guilherme Lencastre, chegou a afirmar que a empresa não tem previsão de retomada total do fornecimento de energia na Grande SP.
Guilherme disse que as áreas mais afetadas foram as Zonas Oeste e Sul de São Paulo, além dos municípios de Taboão da Serra, São Bernardo, Santo André e Diadema.
“Não é questão de não saber e não passar. E não quero colocar uma expectativa que seja frustrada. (…) A gente tem consciência do transtorno causado por eventos como esse e sabemos da nossa responsabilidade. Vamos trabalhar de forma incansável para reconectar todos os nossos clientes”, declarou.
O presidente da Enel também afirmou que a empresa disponibilizou 500 geradores para atender hospitais e estabelecimentos que estão sofrendo com a falta de luz na região de concessão, além de ter dois helicópteros da empresa sobrevoando as linhas de transmissão para identificar eventuais problemas.
Lencastre culpou o vento histórico que atingiu a capital paulista e as cidades da Grande SP, com rajadas de mais de 107,6km/h pelos transtornos ocorridos na cidade.
ÁGUA
Com a falta de energia em São Paulo também deixou imóveis sem água em 30 bairros da capital e região metropolitana, segundo a Sabesp. O que aconteceu é que os moradores estão sem água em regiões de São Paulo, São Bernardo do Campo, Mauá, Cotia e Cajamar.
A Sabesp diz que mantém contato com a Enel para restabelecer o serviço. Segundo a concessionária, a falta de luz afetou o funcionamento de estações elevatórias e boosters, equipamentos que transportam água para locais mais altos. Já a Enel diz que prioriza a Sabesp em seus esforços para normalizar o fornecimento de luz.
Na capital, os bairros Capão Redondo, Americanópolis, Vila do Encontro, Grajaú, Parelheiros, Jardim Marilda, Vila Clara e Ipiranga sofrem desabastecimento de água, segundo a Sabesp. O Jardim Atalaia, em Cotia, e os bairros Jordanésia e Parque São Roberto, em Cajamar, também são afetados.
No ABC, a cidade de Mauá é a mais afetada. Os bairros sem água são Parque São Vicente (trecho), Zaíra, Vila Santa Rosa, Jardim Guapituba, Jardim São Jorge, Jardim Primavera, Jardim Ana, Itaussu (trecho), Vila Noêmia, Jardim Pedroso, Vila Assis Brasil, Vila Nossa Senhora das Vitórias, Carlina, Parque das Américas, Vila João Ramalho, Jardim Oratório (trecho), Jardim Esperança e Vila Bocaina. Em São Bernardo, há problemas no Nova Petrópolis, informou a Sabesp.