Presidente nacional do PT comentou a decisão do prefeito de São Paulo de pedir a cassação da Enel na cidade. “Privatizar serviços públicos é uma ideia que não dá certo em lugar nenhum, exceto para quem lucra com isso”
“Até privatistas de carteirinha, como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes [MDB], estão pedindo a anulação do processo que entregou o fornecimento de energia à Enel, responsável pelo maior apagão da história”, escreveu a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), no X, antigo Twitter.
“Privatizar serviços públicos é uma ideia que não dá certo em lugar nenhum, exceto para quem lucra com isso.”
“Mais um motivo para a União retomar o controle da Eletrobrás. O Brasil precisa crescer, não pode ficar à mercê de interesses privados num setor estratégico como o de energia”, completou a deputada.
Deputada faz referência aos apagões, nas últimas semanas, em São Paulo, ocasionados pela gestão da Enel sobre o sistema de distribuição de eletricidade na capital paulista.
O aspecto mais relevante deste post da deputada é apontar que setores estratégicos da economia nacional não podem ficar nas mãos de “interesses privados”.
PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRÁS
A privatização da Eletrobrás foi concluída em junho de 2022, por meio de medida provisória. À época, o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL) ofereceu ações da estatal na bolsa de valores, fazendo com que a União deixasse de ser a acionista controladora.
Mesmo tendo mais de 40% das ações ordinárias da Eletrobras, devido à lei de desestatização da empresa, o poder de voto do governo ficou limitado a 10%.
AÇÕES COM O PODER PÚBLICO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silvia (PT) excluiu, em agosto, do PND (Programa Nacional de Desestatização), as ações da Eletrobrás que ainda estão em posse do governo — ou seja, não foram ofertadas aos investidores privados.
A medida foi publicada em edição do DOU (Diário Oficial da União), de 17 de agosto.
O decreto também revoga a qualificação das participações acionárias remanescentes de emissão da Eletrobrás do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos).
Na prática, isso significa que o governo deseja manter a posse das ações da estatal. Atualmente, o poder público tem cerca de 42% das ações ordinárias da Eletrobrás