Vinte e quatro horas após o apagão que deixou às escuras mais da metade da Venezuela, em vários pontos do estado de Zulia ainda há moradores sem energia na quarta-feira (17), afirma o jornal El Nacional. O apagão, conforme anúncio do governo Maduro, atingiu 14 estados, após explosão seguida de incêndio na subestação La Arenosa, no estado de Carabobo, que recebe a energia em alta tensão da hidrelétrica de Guri e a retransmite para outros lugares. A geração de energia elétrica é feita pela estatal Corpoelec.
O problema teria sido agravado por forte tempestade magnética no estado de Julia, e a previsão do ministro da Energia, Luis Motta Dominguez, de que o conserto estaria completo “2 a 3 horas” após a liberação da subestação pelos bombeiros, não se concretizou.
Na maioria dos estados, a escuridão se prolongou por 12 horas, sendo que em Táchira, durou 16 horas, com a falta de energia causando a paralisação de 60% das atividades comerciais e escolares e a suspensão de cirurgias eletivas.
Moradores de Zulia disseram ao jornal que a Corpoelec vinha fazendo cortes de 2 a 4 horas por dia há três semanas, mas agora o fornecimento foi restrito a 2 a 6 horas diárias, apesar do intenso calor, com temperaturas de até 36 graus Celsius. No entanto, conforme o Sindicato de Comércio e Serviços, só 20% a 30% dos estabelecimentos funcionaram e, sem acesso à internet, não há como fazer pagamentos por cartão.
O sindicalista Aléxis Rodriguez, da Corpoelec, reconheceu que há um severo racionamento em Zúlia, de pelo menos 12 horas, porque não há geração. Ele afirmou que a usina térmica de Ramón Laguna não produz “um quilowatt” e a Termozulia opera com dificuldades a 20% da capacidade.
“Eles têm que se virarem com o pouco que está sendo produzido e com o pouco do sistema nacional interligado de hidrelétricas”. Ele atribuiu a explosão à “imperícia” na operação do sistema, quando “ainda não havia terminado a manutenção” em execução.
O ministro Dominguez disse que o problema foi causado por “novo ato de sabotagem”. O que foi questionado por Rodriguez: “como isso é feito com um cabo de 230.000 volts?” Um deputado oposicionistas, Jorge Millán, voltou a culpar o governo por “ordens sem cumprir com os requisitos técnicos, o que fez com que as usinas e instalações que valem milhões de dólares tenho sido danificadas. Ainda segundo ele, há usinas termelétricas superacionadas, que “nunca foram adequadamente mantidas”.