
Regime de segregração racial só terminou na África do Sul em 1994 após intensa pressão incluindo Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), destacou Mandla Mandela. “Eles isolaram o regime do apartheid” o que ajudou a derrubá-lo. “Chegou a hora de fazer o mesmo pelos palestinos”, enfatizou
“Muitos de nós que visitamos os territórios ocupados por Israel chegamos a uma única conclusão: os palestinos estão sofrendo uma forma de apartheid muito pior”, afirmou o neto de Nelson Mandela, Mandla, conclamando a crescente solidariedade ao sionismo. “Acreditamos que a comunidade internacional deve continuar a apoiar os palestinos, assim como nos apoiou”, sublinhou.
Mandla Mandela, de 51 anos, deu a declaração ao partir do aeroporto de Joanesburgo rumo à Tunísia, na quarta-feira (3), para se somar à Flotilha da Liberdade com o objetivo de romper o ilegal bloqueio naval israelense e entregar alimentos e suprimentos humanitários a Gaza. Ele e outros 10 ativistas sul-africanos se integraram às centenas de advogados, médicos, socorristas, parlamentares e ex-parlamentares de 44 países, incluindo mais de uma dezena de militantes brasileiros, que farão tremular bem alto a bandeira da solidareidade.
O Congresso Nacional Africano da África do Sul assinalou que a participação faz parte da sua missão, que “ecoa nossa própria luta de libertação”.
Quando o apartheid terminou em 1994, recordou Mandla, ocorreu somente depois de uma intensa pressão por meio da campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) de outras nações. “Eles isolaram a África do Sul do apartheid e, eventualmente, a derrubaram. Acreditamos que chegou a hora de fazer o mesmo pelos palestinos”, enfatizou.
SUSAN SARANDON SE INTEGRA À FLOTILHA DA LIBERDADE
A renomada atriz, produtora e ativista americana Susan Sarandon também integra a nova flotilha com ajuda humanitária aos palestinos. Ganhadora do Oscar e Embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Susan Sarandon foi destaque entre as lideranças que se pronunciaram para uma multidão diante do Congresso dos EUA no ato de repúdio à presença de Netanyahu, então recebido por senadores e deputados que o aclamavam.

Gostaríamos que nos juntássemos todos e em uma mensagem a nossos irmãos e irmãs palestinos, conclamou a atriz: “Na Palestina, nós vemos vocês, nós vemos, nós vemos, nós ouvimos vocês, nós ouvimos vocês e nós vamos levantar a voz de vocês, levantar a voz de vocês, ninguém é livre até que todos sejam livres com a libertação da Palestina”.
CINISMO DE NETANYAHU
Cinicamente, o governo de Benjamin Netanyahu rejeita comparações entre a terrível vida dos palestinos, que encontram-se sob ocupação ou bloqueio econômico por mais de meio século, e os amargos tempos do apartheid na África do Sul, quando a maioria negra era segregada por um governo repressivo de minoria branca.
Os sionistas também praticam uma restrição cada dia mais rigorosa ao fornecimento de ajuda humanitária e outros bens a Gaza, sob a falsa alegação de que seu objetivo é impedir a chegada de armas. Mas o fato é que tal prática tornou a fome generalizada no enclave, fazendo com que um quarto da população de Gaza esteja faminta, padecendo com a falta de nutrientes básicos.