Entre julho e setembro, a renda mensal dos trabalhadores da indústria avançou 2,6%, em termos reais, para R$ 2.257, contra igual período de 2017, com sudeste registrando uma alta de 3,7% e o nordeste 6,3% e, ainda o norte com 2,5%.
A renda mensal dos servidores públicos também obteve crescimento, de 4% acima da inflação, para R$ 3.273, com destaque para as regiões Norte (6,5%), Nordeste (6%) e Sudeste (5,8%).
Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foram, portanto, os trabalhadores da indústria e os servidores públicos e que conseguiram conter a política de arrocho salarial do governo no terceiro trimestre deste ano.
Não é por outro motivo que são exatamente os setores que sofrem o maior “bombardeio” do governo que se encerra e do futuro governo Bolsonaro. Nas linhas do “estado mínimo” e de que é preciso trocar direitos por empregos.
Linhas estas que não passam de um embuste. O que querem é acabar com a CLT, com o salário mínimo, impor o trabalho intermitente, a redução salarial e tudo mais que puderem arrancar dos trabalhadores. A carteira de trabalho “fake” é o símbolo da fancaria.
Juliana Inhasz, professora de economia da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), alerta que os sindicatos mais organizados e com maior poder de negociação ainda estão mais concentrados na indústria, o que garante, mesmo em períodos de crise ou atividade fraca, melhores condições de lutar pelos seus salários para esses trabalhadores.
Comércio e Serviços
Os trabalhadores nos setores de serviço e comércio não conseguiram nem da reposição da inflação, na comparação inter-trimestral, ficando com seus ganhos estagnados ou com alguma perda.
A renda dos comerciários ficou estável no geral a R$ 1.788, com quedas nas regiões no Norte (-3,4%), Sul (-1,8%) e Nordeste (-1,4%).
Um dos piores desempenhos no terceiro trimestre deste ano veio da categoria que presta serviços na área de transportes. No trimestre, a renda da categoria despencou 10,7%, para R$ 2.148, puxada, basicamente, pela dinâmica do Sudeste, região onde ocorreu queda de 21%, para R$ 2.342.
Juliana Inhasz comenta que a combinação de baixa qualificação da mão de obra e fraca organização sindical, como no segmento dos transportes, enfraquece a capacidade de mobilização dos trabalhadores que são mais facilmente substituídos, num cenário adverso da economia.
“A oferta de trabalhadores está muito elevada diante do alto desemprego e, como existe uma baixa qualificação, as empresas encontram rapidamente uma pessoa que se encaixe na vaga aceitando um salário menor. Junta-se a isso o fato de que são categorias mais descentralizadas politicamente”, explica Juliana.
Quem paga salários e tributos no Brasil? Empresa? Governo? Não, quem paga é o consumidor. Por que empresas intermedeiam o pagamento de salários e tributos no Brasil? Quando o fundamento da democracia é a separação e equilíbrio entre os três poderes: EMPRESA, GOVERNO E TRABALHO…….. (ditadura)