Em nota, o partido disse que o aplicativo não comportou a demanda dos votantes e o sistema entrou em pane
O PSDB informou na tarde deste domingo (21) que as prévias para escolha do candidato do partido à Presidência da República foram adiadas devido a um problema de instabilidade no aplicativo de votação.
Em nota, o partido disse que o aplicativo “não comportou a demanda dos votantes das prévias”, que os votos registrados neste domingo estão preservados e que a data de retomada da votação ainda será definida.
A votação teve início às 7h deste domingo (21) e, inicialmente, acabaria às 15h. Durante a manhã, devido a problemas na plataforma, o partido decidiu prolongar o pleito para as 18h. Posteriormente, houve a decisão de adiar a votação.
“O PSDB definirá nova data para reabertura do processo de votação para que todos os filiados que não puderam votar neste domingo possam, com tranquilidade e segurança, registrar o seu voto e concluir a escolha do nosso candidato às eleições presidenciais de 2022”, diz o documento.
O aplicativo de votação foi desenvolvido pela Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A plataforma exigia dupla verificação para a validação do votante, com identificação facial e validação por código enviado por SMS para o celular do filiado. Os usuários reclamaram de falhas na plataforma. Entre os problemas identificados, foram relatados erros no momento em que tentavam fazer o reconhecimento facial.
O presidente do partido, deputado Bruno Araújo, havia defendido o uso do aplicativo e garantiu o sucesso do processo. O time de Doria não era entusiasmado com a ideia mas aceitou a sua utilização. A situação ficou difícil quando apareceram o primeiros problemas, já no final da manhã deste domingo.
Contando os gastos totais das prévias, cerca de R$ 9 milhões, os cerca de 3.500 votos computados até a coisa travar talvez configurem o sufrágio mais caro da história do país: mais de R$ 2.500 por eleitor. Araújo sustentava que tudo iria dar certo, que correções tinham sido feitas a partir de fragilidades apontadas. Neste domingo, a bomba explodiu com a instabilidade no sistema.
Aos problemas acarretados ao PSDB como um todo, pelas falhas do aplicativo e a não conclusão do processo de escolha do candidato, soma-se agora a responsabilidade política pelo ocorrido. Ao apoiar o aplicativo de forma incisiva, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, queria ver ampliada a base de eleitores contra João Doria, governador de São Paulo. Seu maior incentivador foi o deputado Aécio Neves, de Minas Gerais.