O apoio de Trump à anexação da região síria do Golã tem recebido as mais variadas condenações internacionais, inclusive de países considerados aliados dos Estados Unidos.
O corrupto premiê israelense, Bibi Netanyahu, presente à cerimônia na qual Trump assinou a declaração, como se este tivesse qualquer autoridade sobre a soberania síria, ou de qualquer outro país, o comparou a heróis bíblicos, mas o fez isolado do resto dos governos do planeta e da Secretaria-Geral da ONU.
A secretaria-geral da entidade internacional, através do porta-voz Stéphane Dujarric, considerou a declaração da Casa Branca “nula e vazia e sem eleito legal internacional”, uma vez que o direito da Síria ao seu território “é consagrado nas resoluções internacionais contrárias à anexação por Israel”.
Condenações partiram inclusive dos países que costumam apoiar Washington, a exemplo da Arábia Saudita, Bahrein, Qatar, Kuwait e Emirados Árabes.
“Ela [a declaração] terá efeitos significativamente negativos para o processo de paz no Oriente Médio e para a segurança e estabilidade da região”, afirmou em editorial a Agência Estatal de Notícias saudita, enquanto que o presidente do parlamento do país, Mishaal bin Fahm al-Salami, reafirmou o compromisso de Riad de que “o planalto do Golã é território sírio”.
A Turquia, que até recentemente se alinhava aos interesses norte-americanos na região, também se posicionou através do ministro do Exterior, Mevlut Cavusoglu, que condenou a ação: “Estados Unidos ignora a lei internacional”.
O Canadá não ficou atrás, o governo de Ottawa, fez questão de deixar claro que “não reconhece o controle permanente de Israel sobre o Planalto do Golã”.
Para a Austrália, “o Planalto do Golã é uma questão a ser determinada no contexto de acordo de paz abrangente entre Israel e Síria” e a ministra australiana, Marise Payne, distanciou-se da Casa Branca: “A política dos Estados Unidos é uma questão do governo dos Estados Unidos”.
Porta-voz do governo alemão afirmou que “se fronteiras nacionais forem modificadas isso só pode acontece através de meios pacíficos entre os diretamente envolvidos”. O Ministério do Exterior da França foi direto: “Esta ação [dos EUA] é contrária à Lei Internacional”.
O governo sírio declara que a resolução de Trump sobre o Golã é “um tapa na comunidade internacional” e torna “Washington o inimigo principal dos árabes”. O Líbano se posicionou solidário aos sírios, e seu Ministério do Exterior destacou que o Golã é “árabe sírio e nenhum país pode falsificar a história pela tomada de terras de outra nação”.
Para o presidente iraniano, Hassan Rouhani, “ninguém poderia imaginar que uma pessoa na América do Norte poderia se alçar a dar terra de uma nação a outro país, contra as leis internacionais e convenções”.
“Em um tempo em que o colonialismo predominava, algumas potências coloniais faziam estas coisas dando parte de um país a outro, mas isto é sem precedentes no século atual”, afirmou Rouhani.
Já o porta-voz da Rússia, Dmitry Peskov afirmou que “esta decisão – que ninguém tenha dúvidas – terá consequências definitivamente negativas tanto para os esforços de acordo no Oriente Médio e para a atmosfera de acordo político na Síria”.
O atropelo norte-americano de levar a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém já foi condenado pela Assembleia Geral da ONU com voto favorável de 128 e somente 6 votos favoráveis dos 193 países membros e agora a Turquia já prometeu levar o assunto à discussão no organismo internacional.