Ida da equipe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) se deve à insistência da Rússia junto à ONU depois que Kiev começou a bombardear a maior usina nuclear da Europa
Um comboio com nove carros da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e vários veículos de escolta chegou nesta quinta-feira (1º) à usina nuclear de Zaporozhia (NPP), a maior da Europa, sujeita a bombardeios por parte das forças do regime de Kiev, a quem a Rússia, que neste momento controla a usina, denuncia como perpetradora de ataques de terrorismo nuclear.
A situação é tensa pois a usina, construída pela União Soviética, localizada próxima à cidade de Energodar, de pouco mais de 50 mil habitantes, foi bombardeada mais de 60 vezes pelo governo de Kiev em 24 horas, colocando em risco de catástrofe nuclear a própria Ucrânia, mas também regiões inteiras de países europeus vizinhos.
Apesar das tentativas de Kiev de impedir a chegada dos especialistas, o Kremlin se empenhou e redobrou os cuidados em logística e segurança, conseguindo garantir a presença da missão no local. O bombardeio da central nuclear levou recentemente a uma queda de energia e à destruição de uma linha de transmissão que parte da usina.
Na avaliação da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Federação Russa, Maria Zakharova, a visita do diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, comandando cerca de duas dezenas de funcionários do escritório da instituição visa melhorar a situação.
“Pedimos a todos os países que continuem pressionando as autoridades ucranianas para que parem com o desacato nuclear e impeçam que tal disparate cause um desastre repleto de graves consequências”, alertou a representante russa.
A AIEA manifestou a necessidade de se manter vigilante, com uma equipe permanente em estado de alerta na usina, e a Rússia concordou com a ideia.
“O diretor-geral da AIEA, senhor Rafael Mariano Grossi, confirmou hoje seus planos de estabelecer a presença permanente de especialistas da Agência no ZNPP. A Rússia saúda essa intenção”, declarou Mikhail Ulyanov, representante russo nas organizações internacionais em Viena.
Os meios de comunicação russos também informaram que um grupo de sabotadores ucranianos que preparava um ato terrorista na usina foi detido nesta quarta-feira (31).
Moscou havia informado no dia 23 de agosto, durante a reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU – convocada a seu pedido – bem como à Assembleia Geral, as inúmeras evidências fotográficas do bombardeio da usina pelo exército ucraniano.
“Quero mostrar a vocês as fotos da destruição no território da usina nuclear de Zaporozhia como resultado do bombardeio das Forças Armadas da Ucrânia. Temos uma coleção completa de evidências fotográficas, as distribuímos como documentos oficiais no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral da ONU”, informou o embaixador russo, Vasily Nebenzia.
O presidente do Comitê Central do Partido Comunista da Federação Russa, Gennady Zyuganov, denunciou que os bombardeios promovidos pelo “regime neonazista de Zelensky” acontecem por “encomenda dos norte-americanos”, sublinhou.