
Após mais de 50 dias de atraso salarial, a Petrobrás assumiu o pagamento dos trabalhadores terceirizados da empresa LCD Engenharia, que atuam em diversas unidades da estatal pelo país. A medida foi resultado de pressão da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e dos sindicatos, que vêm denunciando a grave situação enfrentada pelos trabalhadores e cobrando da Petrobrás uma solução imediata para garantir os direitos da categoria.
Nesta segunda-feira (23), trabalhadores da LCD realizaram um protesto em frente ao Terminal de Cabiúnas, no Norte Fluminense. Após a mobilização, representantes da Petrobrás, da empresa terceirizada e do Sindipetro-NF se reuniram e definiram que a estatal fará o pagamento dos salários diretamente aos trabalhadores.
Diante das denúncias e mobilizações, a Petrobrás informou, em nota divulgada no dia 17 de junho, que a LCD interrompeu a prestação de serviços e que estava sendo diligenciada para cumprir suas obrigações legais e contratuais. “A gestão da Petrobrás nos comunicou que a estatal fará os pagamentos diretamente aos trabalhadores, como tomadora de serviço, até que a situação da empresa contratada seja resolvida”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
A LCD Engenharia tem contratos com a Petrobrás nas áreas de construção civil, montagem, caldeiraria e projetos em unidades nos estados do Espírito Santo, Norte Fluminense, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, entre outros.
A FUP destaca que essa não é uma situação isolada. Casos de atraso salarial, calote, precarização das condições de trabalho e aumento do risco de acidentes têm sido recorrentes entre os trabalhadores terceirizados do Sistema Petrobrás. No último fim de semana, um trabalhador contratado morreu em um acidente na Replan, a maior refinaria do país.
A Federação e os sindicatos cobram da direção da Petrobrás mudanças estruturais na política de contratação de prestadoras de serviço. Em fevereiro, as entidades participaram de uma reunião com gestores da empresa e subsidiárias, propondo melhorias como maior fiscalização dos contratos, garantia de condições dignas de trabalho, saúde, segurança e respeito aos direitos humanos.
A FUP reforça que é urgente que essas propostas saiam do papel e se tornem práticas concretas em defesa dos direitos e da vida dos trabalhadores.