Na capital paulista, na semana do anúncio da redução do gás de cozinha, o botijão era vendido em média a R$ 107,58. Nesta terça-feira, o valor na capital de São Paulo estava, em média, custando R$ 130
A redução de apenas 5,58% no preço do botijão de gás de cozinha anunciada pelo governo na sexta-feira (8) não chegou aos consumidores. Os revendedores justificam que ainda não venderam todos seus estoques, que adquiriram no último aumento de 16,06% no preço médio do botijão de 13 kg, em 11 de março.
Além da encenação feita por Bolsonaro de que reduziu o preço do botijão de gás, a realidade mostra que ele não tem qualquer controle, e nem se propõe a ter, sobre os preços ao consumidor. Não à toa, a carestia no seu governo é alavancada pelos aumentos nos derivados de petróleo.
O discurso de que ia entregar o botijão de gás a R$ 35 ficou só na campanha. De lá para cá, o preço disparou, corroendo o já minguado orçamento das famílias, principalmente, mais pobres.
Na capital paulista, na terça-feira (12), o botijão de gás era revendido, em média, a R$ 130, com o valor da entrega, no bairro Bela Vista, situado na região central da capital paulista, e em vários bairros da cidade.
De acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), na capital de São Paulo, entre os dias 3 e 9 de abril, o preço médio do botijão de gás estava em R$ 107,58, antes da redução anunciada pelo governo. O preço mais alto, de R$125, foi encontrado no bairro da Vila Prudente, na Zona Leste da capital paulista. Já o mais baixo, de R$ 99,99, foi encontrado na Vila Bancária, Zona Sudeste. O preço médio não caiu, aumentou.
“Os aumentos chegam normalmente ao consumidor ‘de foguete’, mas quando há redução, o preço baixam chegam ‘usando paraquedas’”, declarou o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Classe das Revendas de Gás LP (Abragás), José Luiz Rocha, ao Extra. Segundo ele, “as distribuidoras repassam aos revendedores normalmente aquilo que eles entendem que devem repassar”.
Nesta terça-feira (12), o Comitê de Pessoas da Petrobrás recomendou a aprovação do nome de José Mauro Ferreira Coelho para presidir a Petrobrás, depois de Bolsonaro demitir o general Luna e Silva da direção da estatal, a pretexto de combater a alta nos preços dos combustíveis. É a terceira mudança na direção da Petrobrás no governo Bolsonaro. Só não mudou a política de preços.
Defensor da atual política de preços, Coelho manterá os preços nacionais dos combustíveis atrelados ao barril do petróleo no mercado internacional e ao dólar – política desastrosa que penaliza todos os consumidores brasileiros e só beneficia os acionistas, grande parte estrangeiros, com pagamento de dividendos.
Em 12 meses até março, o preço do botijão de gás de cozinha acumula alta de 29,56%. O elevado custo do gás, com a contribuição ainda da gasolina (+27,48%) e do óleo diesel (+46,47%), acelerou a inflação. O IPCA – índice oficial de inflação do país – fechou 11,30% em 12 meses até março.