O ministro da Educação do governo Bolsonaro, Abraham Weintraub, anunciou, na tarde desta quinta-feira (18) que está deixando o cargo.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Weintraub, ao lado de Jair Bolsonaro, anunciou que “sim, eu estou saindo do MEC [Ministério da Educação]. Eu vou começar a transição agora e nos próximos dias eu passo o bastão para o ministro que vai ficar no meu lugar, interino ou definitivo”.
Após 14 meses à frente do cargo, Weintraub é considerado o pior ministro da Educação da história. Ele foi o segundo ministro da pasta que deixa o cargo durante o governo de Jair Bolsonaro.
No vídeo, Weintraub diz que não discutirá os motivos que levaram a sua saída, mas que recebeu um convite para ser diretor de um banco. “Já fui diretor de um banco no passado. Volto ao mesmo cargo, porém em um banco mundial”.
“Com isso, eu, minha esposa, os nossos filhos e até a nossa cachorrinha Capitu vamos poder ter a segurança que hoje está me deixando muito preocupado”.
No vídeo, Bolsonaro diz que “é um momento difícil” e que “jamais deixarei de lutar por liberdade”.
A situação de Weintraub no cargo se tornou insustentável após a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. Nela, o discípulo de Olavo de Carvalho diz que “eu por mim botava todos esses vagabundos na cadeia. Começando pelo STF [Supremo Tribunal Federal]”.
A saída dele começou a ser defendida até mesmo por apoiadores de Jair Bolsonaro. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB), disse que “sim, demitiria”.
Na quarta-feira (17), o STF rejeitou pedido de habeas corpus feito pelo ministro da Justiça bolsonarista, André Mendonça, e manteve a investigação contra Abraham Weintraub no inquérito das “fake news”.
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PIOR MINISTRO DA HISTÓRIA
Durante todo o período em que esteve no MEC, Weintraub elegeu a Educação Pública como sua inimiga, atacando as universidades federais que, segundo ele estaria “infestadas de esquerdistas”. Em abril do ano passado, ele anunciou o corte de ao menos 30% da verba de custeio das universidades federais dizendo que nelas havia “muita balbúrdia” e grandes plantações de maconha.
Recentemente, o bolsonarista acusou a China de ter criado o coronavírus para que afetar outros países e aumentar seu poder relativo. Os ataques ao povo chinês causaram outro inquérito contra o ministro. Desta vez por racismo.
Hoje, pouco antes de anunciar sua saída, Weintraub revogou a portaria do MEC que estabelecia cotas raciais nos programas de pós-graduação das universidades federais.
REPERCUSSÃO
A saída de Weintraub do MEC ganhou grande repercussão nas redes sociais. No Twitter, a #jávaitarde é um dos assuntos mais comentados no Brasil.
Políticos de diferentes partidos também se manifestaram após o anúncio: