Nesta segunda-feira (18), o vereador Emanoel Sponton (Progressistas) foi cassado por unanimidade pela Câmara de Araraquara (SP) em sessão extraordinária. O parlamentar é acusado de fazer ‘rachadinha’ por ficar com parte do salário de assessores, e terá que devolver R$ 65 mil aos cofres públicos e pagar multa no mesmo valor após fazer acordos de não persecução penal com o Ministério Público (MP). O político não compareceu à sessão e os seus advogados renunciaram à sua defesa.
O vereador Cristiano da Silva (PL) leu o relatório da Comissão Processante favorável à cassação de Sponton antes da sessão. Após, os outros parlamentares puderam falar por 15 minutos para justificar os seus votos.
Em declaração ao jornal Hora do Povo, o vereador Guilherme Bianco (PCdoB) comemorou a cassação de Sponton e demonstrou que os vereadores de oposição de Araraquara não aceitam corruptos no legislativo.
“A cassação do vereador de Emanoel Sponton é absolutamente importante por vários níveis. O primeiro deles era mostrar que a Câmara Municipal de Araraquara, em conjunto com seus vereadores, não compactuam nem por um segundo, com a corrupção, com a malversação de dinheiro público, com o uso do cargo que as pessoas confiaram votando nos vereadores e vereadoras para enriquecimento próprio, para se dar bem. A segunda questão é justamente porque a cassação, de forma unânime, se deu justamente por conta das denúncias e dos alertas que eu e os vereadores da oposição na Câmara de Araraquara fizemos da tentativa de montagem de um esquema para salvar a pele do vereador que fazia rachadinha no seu gabinete”, disse ao HP.
“A verdade é que até na última quinta-feira (14) a gente não tinha voto para cassar. Vários movimentos externos a câmaras, alheios a câmaras, almoços, reuniões secretas eram feitas e a gente estava denunciando a tentativa deles de extinguir o processo, de não fazer sessão para cassação, inclusive várias falas públicas de alguns vereadores, inclusive do presidente demonstraram que havia uma tentativa de manobra, não à toa jogaram para a última data”, continuou Guilherme, sobre a manobra dos vereadores do governo.
“A cassação do vereador é absolutamente importante para a moralização da política de Araraquara, para demonstração de que lado está cada vereador, mas sobretudo porque a gente não pode compactuar com tentativas de pessoas alheias ao poder legislativo de se meter nesse tipo de coisa, sobretudo para acobertar casos de corrupção”, afirmou o vereador.
Durante as discussões, vereadores da oposição criticaram a atuação do Ministério Público, afirmando que a investigação não teria sido conduzida de forma suficientemente profunda. Segundo eles, a denúncia de “rachadinha” praticada por Sponton poderia representar apenas “a ponta do iceberg”, havendo suspeitas de irregularidades que poderiam envolver outros delitos.
O decreto legislativo foi aprovado de forma unânime pelos presentes, consolidando a cassação de Sponton e abrindo caminho para todas os desdobramentos e consequências que advém com a sua condenação.
