
Depois do fracasso do ato em Copacabana, Jair Bolsonaro (PL) chorou com mais uma derrota política em apenas uma semana. Desta vez foi seu filho, Eduardo, que pretendia assumir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, mas pediu licença do mandato de deputado e fugiu para os Estados Unidos.
“Bananinha”, como é conhecido o deputado Eduardo Bolsonaro, afirmou que vai pedir asilo a Donald Trump.
Com as duas derrotas, Bolsonaro aproveitou-se de uma visita ao Senado para atacar Alexandre de Moraes e “aliados omissos”. “Para que o mal vença, basta que os bons se omitam”, criticou o quase réu.
“Hoje está sendo um dia marcante para mim. O afastamento de um filho. Mas um filho que se afasta mais do que por um momento de patriotismo. Se afasta para combater algo parecido com o nazifascismo que cada vez mais avança em nosso país”, reclamou.
Fingindo esquecer que ele próprio planejou implantar uma ditadura fascista no país, com fechamento do Congresso, do Judiciário e iniciando uma perseguição aos opositores, inclusive com a morte de alguns, Bolsonaro disse que o país “vive uma ditadura” e sugeriu, mais uma vez sem provas, que houve fraude nas eleições. Aliás, o mote para o golpe era uma suposta fraude nas eleições, que nunca ocorreu.
O “patriotismo” do “bananinha” a que se referiu Bolsonaro, ao falar da fuga do filho, foi a decisão tomada pelo parlamentar de largar o mandato no Brasil e morar nos Estados Unidos.
O deputado era o mesmo que dizia que prenderia os membros do STF “com apenas um jipe e dois soldados”. Com o fracasso do golpe, que ele também defendia, quem vai ser preso é Jair Bolsonaro e os demais golpistas. A “fuga” para os Estados Unidos visa conspirar contra o Brasil e convencer Trump a se imiscuir nos assuntos internos do país.
Bolsonaro aproveitou a oportunidade ao falar da fuga do filho para, mais uma vez, tietar os Estados Unidos e seu guru Donald Trump.
“Tenho um profundo respeito, admiração e gratidão por Donald Trump. Sei que, no momento, ele continuará abraçando o meu filho”, afirmou. É verdade que ele pode ter falado isso também, não só para puxar o saco do bufão da Casa Branca – como sempre fez -, mas também para tentar evitar que o “bananinha” apareça um dia desses algemado em um dos voos com brasileiros expulsos dos EUA.
O agora ex-deputado disse que vai se licenciar do cargo e ficar nos Estados Unidos por tempo indeterminado. Ele está no país desde 27 de fevereiro, quando houve pedido de retenção de seu passaporte.
O ex-presidente e chefe da trama golpista lembrou que está com o passaporte confiscado. Por esse motivo, não pôde comparecer à posse de Trump. A medida foi tomada depois de Bolsonaro dormir na embaixada da Hungria, no ano passado. Ele está a semanas de seu julgamento por tentativa de golpe de Estado com planos de assassinato de autoridades brasileiras.