Após fala de Moro, STF blinda delegados que investigam ato bolsonarista

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Foto: Nelson Jr - SCO - STF

Os delegados investigam as fake news do “gabinete do ódio” contra o Supremo e os organizadores do ato contra as instituições democráticas do dia 19

Diante da revelação, feita por Sérgio Moro, nesta sexta-feira (24), na entrevista onde anunciou sua demissão, de que Bolsonaro tem a intenção de interferir nos inquéritos conduzidos pelo Supremo Tribunal Federal, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal não substitua os delegados que trabalham em inquéritos na Corte. Com isso, evita-se que o novo diretor da PF – que ainda será escolhido – mude a orientação das investigações.

“Comunique-se ao Diretor Executivo da Polícia Federal, em exercício, que, no âmbito da Polícia Federal, as investigações neste inquérito deverão continuar a ser conduzidas pelo Delegado Federal Alberto Ferreira Neto, em São Paulo e da equipe de Brasília, composta pelos Delegados Federais Igor Romário de Paula, Denisse Dias Rosas Ribeiro, Fábio Alceu Mertens e Daniel Daher”, decidiu Moraes.

Os delegados indicados por Alexandre Moraes trabalham em duas frentes na Corte. Uma sobre o financiamento de atos com pautas antidemocráticas, ocorridos no último dia 19 de abril e outra sobre as ameaças e fake news contra a Supremo Tribunal Federal. Moraes é o relator de ambos os casos e o responsável por coordenar as investigações ao lado da Polícia Federal.

Jair Bolsonaro negou, em pronunciamento feito na tarde desta sexta-feira (24), que estivesse fazendo pressão ou querendo interferir na atuação da Polícia Federal. Ele disse que Sérgio Moro não falava a verdade quando o acusou de fazer pressão pelas mudanças na PF. Chegou a dizer que Maurício Valeixo teria pedido para sair. Moro desmentiu com provas as declarações de Bolsonaro (veja matéria nesta edição).

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