Nesta terça-feira (13), no cercadinho do Alvorada, Jair Bolsonaro, dirigindo-se aos seus apoiadores e aos repórteres presentes, agrediu a imprensa, a oposição e Cuba.
“O Datafolha tá recebendo muita grana para poder dar esses números e engana muita gente ainda”, afirmou, referindo-se às recentes pesquisas do instituto que apontaram vantagem do ex-presidente Lula sobre ele no primeiro turno das eleições presidenciais de 2022 e derrota certa, além do petista, para Ciro Gomes e João Dória no segundo turno.
Depois de dizer que Lula não pode sair às ruas, instou o ex-presidente a fazer uma “jegueata”, enquanto ele continuará, no velho estilo mussolinista, a promover as chamadas “motociatas”.
Na ânsia de manter a indispensável polarização com Lula e o PT, destilou: “Tem gente que apoia esse cara pra ser presidente do Brasil. Qual vai ser o futuro nosso se esse bandido for eleito presidente da República?”, questionou à sua claque de apoiadores, como se o país fosse eterno prisioneiro das duas alternativas na disputa presidencial.
Usou até os recentes episódios antirrevolucionários que acontecem em Cuba para estimular a velha polarização, deixando claro, é óbvio, seu apoio aos manifestantes estimulados pelo império norte-americano, no tradicional estilo Trump, seu guru, embora os EUA já tenham se livrado dele.
Até mesmo os médicos cubanos que prestaram serviços ao Brasil foram, mais uma vez, alvo de seu veneno: “era uma farsa a medicina cubana aqui, era pra dar dinheiro à ditadura cubana”, perfilando-se ao lado dos poucos pelo mundo afora que não reconhecem o raro desenvolvimento da ciência médica em Cuba e o papel solidário desempenhado por seus profissionais em várias nações, em que pese as restrições impostas pelo bloqueio econômico que perdura há décadas.
Equilíbrio nunca foi o forte de Bolsonaro e isso já não é mais novidade para ninguém, nem mesmo para os que ainda lhe dão sustentação política.
A novidade é que, depois de ter saído mansinho da conversa com o presidente do STF, Luiz Fux, no início da noite de ontem (segunda-feira, 12), após ter desferido uma série de ataques e impropérios à Corte e a ministros, o presidente voltou, em poucas horas, ao seu estado normal de desequilibrado.
MAC