Após onda de privatizações, Berlim reestatiza energia e água

Empresa privada sueca Vattenfall não renovou a concessão que findara em 2014 e a estatal Berlim Energie assumirá a gestão elétrica. (Divulgação)

A primeira vitória do movimento popular pela reestatização foi a volta do saneamento básico às mãos do poder público, em 2013. Agora, a estatal Berlim Energie assume a energia e o próximo passo será estatizar a rede de gás

A colunista da Deutsche Welle, Clarissa Neher, assinalou que “após onda de privatizações, Berlim remunicipaliza serviços básicos”. Uma empresa pública de eletricidade, a Berlim Energie, “fundada justamente para essa reestatização”, foi a grande vencedora do processo de licitação para assumir a rede elétrica na capital alemã, cuja concessão havia vencido em 2014, e desde então estava em disputa pelos próximos 20 anos.

A vitória de empresa pública foi anunciada há cerca de um mês, e a antiga detentora da concessão, a empresa sueca Vattenfall, pretende contestar o resultado na justiça. O lucro da Vattenfall foi de 110 milhões no ano passado. A eletricidade havia sido privatizada em 1997.

É a segunda grande vitória das iniciativas populares defendendo a remunicipalização de serviços básicos. A primeira foi a volta do saneamento básico às mãos do poder público, em 2013, com a estatal Berliner Wasserbetriebe.

A reestatização foi considerada um grande sucesso, tendo conseguido manter estáveis os preços dos serviços e o abastecimento de água para os cerca de 3,5 milhões de berlinenses.

Para assumir a distribuição de eletricidade na capital alemã a Berlin Energie calcula que terá que pagar cerca de 1,5 bilhão de euros à Vattenfall. A estatal já garantiu que vai contratar os 1,3 mil funcionários da Vattenfall do setor.

Especialistas consideram que são pequenas as chances da empresa sueca de barrar o resultado da licitação. A rede de distribuição de eletricidade em Berlim é de 35 mil quilômetros de rede elétrica da capital alemã.

Recuperado o controle sobre a rede elétrica, os cidadãos berlinenses seguem de olho na volta para o setor público da rede de fornecimento de gás.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *