O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (20), que irá comprar a vacina chinesa contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo. Serão adquiridas 46 milhões de doses do imunizante, que começarão a ser distribuídas no primeiro semestre de 2021.
A CoronaVac fará parte do Programa Nacional de Imunizações calendário nacional de imunização e será aplicada em todo o Brasil, segundo o ministro da Saúde Eduardo Pazzuelo.
A inclusão da vacina chinesa no programa acontece após os estados pressionarem o governo federal. Na última segunda-feira, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) enviou carta ao Ministério da Saúde defendendo que a vacina seja distribuída pelo SUS por se tratar de um imunizante comprovadamente seguro e em estágio avançado de desenvolvimento.
Segundo o Ministério, o processo de aquisição ocorrerá após o imunizante ser aprovado e obter o registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A CoronaVac já está na Fase 3 de testes em humanos. Ao todo, os testes com a CoronaVac – que tiveram início no Brasil em julho – serão realizados em 13 mil voluntários.
Ontem (19), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, apresentou os resultados dos testes de segurança da CoronaVac, ou seja, ela não apresenta efeitos colaterais graves. Ele também disse que os resultados de eficácia ainda não foram finalizados, mas que ele espera que isso seja possível de acontecer até dezembro deste ano.
No último dia 14, o Ministério da Saúde fez a apresentação do cronograma de vacinação contra a Covid-19 no país, que vai começar em abril de 2021 e apenas a vacina de Oxford, que está sendo desenvolvida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em acordo firmado pelo governo federal estava no planejamento deixando de lado a vacina do laboratório chinês com o Instituto Butantan.
A expectativa do Ministério da Saúde é que a vacinação possa ser iniciada em janeiro do próximo ano. Mas alerta que isso vai depender dos resultados da Fase 3 das vacinas, que testa eficácia, e de liberação da Anvisa.
Segundo o ministério, o primeiro grupo a ser imunizado serão os profissionais da saúde e pessoas do grupo de risco para a covid-19.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), publicou vídeo nas redes sociais parabenizando o ministro da Saúde pela decisão de incorporar a Coronavac no Plano Nacional de Imunizações.
“A aprovação feita hoje pelo ministro da Saúde Eduardo Pazuello, da vacina do Butantan, vacina contra Covid-19, foi uma vitória da vida, uma vitória da solidariedade. Parabéns, ministro, pela atitude, parabéns pelo posicionamento. O que o Brasil precisa é disso: paz, união, integração e a vacina”, afirmou o governador. Pouco antes, Doria publicou um vídeo do momento do pronunciamento do ministro afirmando que “venceu o Brasil”. Com base em dados do Butantan, o governo projeta que a vacinação seja iniciada em janeiro de 2021.
Polêmica envolvendo vacina
O início da semana foi marcado por críticas de Bolsonaro direcionadas a João Doria após o Ministério da Saúde não ter considerado a Coronavac no PNI em reunião com secretários de Saúde dos estados e o tucano afirmar que a vacinação com o imunizante chinês seria obrigatória em todo o estado de São Paulo.
Bolsonaro então disse que Doria se intitulava “médico do Brasil” e lembrou, novamente que a vacinação não seria obrigatória no país. “Qualquer referência a mim como médico, ainda que eu não seja médico, só me distingue porque acredito na medicina e nos médicos”, rebateu Doria durante coletiva de imprensa.