Os trabalhadores da Embraer que estavam em greve desde ontem sofreram forte repressão policial na manhã desta quarta-feira (25), na porta da empresa em São José dos Campos (SP).
Diante da violência da Polícia Militar e forças da Aeronáutica, que montaram um corredor polonês com Tropa de Choque para intimidar os trabalhadores, obrigando-os a entrarem na fábrica, o sindicato decidiu suspender temporariamente a paralisação.
A PM chegou a agredir com cassetetes os dirigentes do sindicato Alex da Silva Gomes e Herbert Claros. Alex foi detido e levado para a delegacia.
“A truculência da PM a mando da empresa é um crime contra o direito à livre organização sindical e ao direito constitucional de greve. A paralisação foi suspensa, mas a luta dos trabalhadores continua e a greve pode voltar a qualquer momento”, disse o diretor do sindicato Herbert Claros.
O sindicato e representantes da empresa se reuniram ontem à noite, a pedido da empresa, que, mesmo sem apresentar nenhuma nova proposta, exigiu o fim da greve.
A categoria reivindica 6,37% de reajuste salarial, enquanto a empresa propõe apenas a inflação (3,28%) e retirada de direitos da Convenção Coletiva da categoria.
O advogado da entidade, Aristeu Pinto Neto, afirmou que “o sindicato vai tomar todas as medidas judiciais necessárias para denunciar o uso do Estado por uma empresa privada para reprimir os trabalhadores. Isto é grave e tem de ser apurado”.