O ex-presidente Jair Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a devolução de seu passaporte, apreendido por conta da investigação sobre o golpe, para viagem a Israel.
Quatro dias depois da apreensão do documento, 12 de fevereiro, Bolsonaro se escondeu na Embaixada da Hungria com medo de ser preso.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) está analisando a justificativa apresentada por ele e poderá pedir sua prisão preventiva por descumprimento de medida cautelar.
Na segunda-feira (25), Jair Bolsonaro apresentou ao STF o pedido de devolução, “ainda que temporária”, para viajar para o exterior.
No mesmo dia, uma reportagem do The New York Times revelou a estadia secreta de Bolsonaro na Embaixada da Hungria. O jornal estadunidense mostrou gravações das câmeras de segurança e uma imagem de satélite que forçaram Bolsonaro a admitir que ficou dois dias escondido.
As provas obtidas pela Polícia Federal mostram que Jair Bolsonaro tentou dar um golpe de Estado para manter-se no poder. Ele chegou a escrever decretos presidenciais golpistas, mas não os assinou porque não conseguiu apoio nas Forças Armadas.
Os ex-comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Junior, contaram aos investigadores que Jair Bolsonaro os chamou para reuniões nas quais pressionou para que apoiassem o golpe, mas sem sucesso.
Jair Bolsonaro também orientou seus ministros a mentirem sobre o processo eleitoral, em reunião de 5 de julho de 2022, acusando as urnas eletrônicas de serem fraudáveis. Dessa forma, ele queria preparar o terreno para dizer – como disse – que perdeu as eleições porque houve uma falsificação no resultado.
GENOCIDA
No pedido protocolado no STF, Bolsonaro apresentou um convite do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para que ele e seus familiares viajem para Israel.
Netanyahu está à frente do processo criminoso contra os palestinos na Faixa de Gaza. Desde outubro, as bombas israelenses já assassinaram mais de 32 mil palestinos.
O governo de Israel está se recusando a seguir a determinação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) de que haja um cessar-fogo imediato.