Jair Bolsonaro autorizou o aumento do gás de cozinha pela segunda vez no ano. A alta, anunciada pela direção da Petrobrás, chega a 5,1% e começou a valer nesta terça-feira (9) nas refinarias da Petrobrás.
O gás de cozinha, (GLP – gás liquefeito de petróleo) disparou em 2020 e subiu mais do que o dobro da inflação oficial, que encerrou o ano em 4,25%. Já o preço do gás de cozinha no ano passado subiu 9,24%. Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço do botijão de gás em janeiro deste ano chegou em média a R$ 75,00, sendo que no Mato Grosso ultrapassou R$ 100.
Com o aumento no gás de cozinha está cada vez mais difícil servir o feijão com arroz do brasileiro, particularmente no mês em que 68 milhões ficaram sem o auxílio emergencial e com as contas batendo à porta. Para quem volta a receber apenas os R$ 190 do Bolsa Família, um botijão de gás representa 37% do valor da bolsa. Muitas famílias acabam recorrendo ao álcool ou a lenha para cozinhar.
Em 2019, no primeiro ano do governo Bolsonaro, com o aumento do desemprego e do gás de cozinha, cresceu de 11 milhões para 14 milhões o total de famílias brasileiras que passaram a usar lenha ou carvão, segundo o IBGE. Antes da pandemia.
Mas Bolsonaro, como fez com os caminhoneiros que reivindicam redução nos preços do diesel, disse que não tem como interferir nos novos aumentos dos preços da gasolina (8,2%), do diesel (6,2%) e do gás de cozinha (5,1%) anunciados na segunda-feira (8). “Nós não temos como interferir e não pensamos em interferir na Petrobrás”, declarou. “Temos um cuidado muito grande com mercado, com investidores e com contratos, que têm que ser respeitados”.
O governo insiste em manter a política desastrosa de atrelar os preços internos aos preços de paridade de importação (PPI). Isto é, os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha variam, não pelos custos de produção ou como resultado da oferta e da procura, mas sim como resultado das variações dos valores dos produtos no mercado internacional e à taxa de câmbio.