Com o plano de privatização da Eletrobrás por meio da MP 814/2017 derrotado no Congresso Nacional, o governo Temer (PMDB) agora caminha para entregar para a iniciativa privada as participações da estatal em 70 Sociedades de Propósito Específicos (SPEs) em empreendimentos de geração e transmissão de energia.
De acordo com o comunicado da diretoria da empresa, oito lotes são formados por 59 SPEs que atuam na geração eólica, com cerca de 970 MW de potência. Outros nove lotes são compostos por 11 SPEs na transmissão que somam 1 mil quilômetros de linhas e 2.450 MVA em capacidade de transformação.
Para organizar a venda do patrimônio brasileiro o serviço de assessoria em vendas do banco Credit Suisse foi contratado pelos privatistas que ocupam a direção da Eletrobrás. O edital do processo será publicado em breve.
O governo afirmou que pretende arrecadar R$ 2,8 bilhões com a venda.
A entrega para o setor privado das usinas de geração de energia eólica no país não é pouca coisa. O segmento já é responsável por 8,3% da energia produzida no Brasil, percentual ainda distante dos 60,9% produzido pelas hidrelétricas, mas já próximo dos 9,3% da produção das usinas de biomassa, que ocupam o segundo posto no ranking nacional.
Atualmente o Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking mundial em capacidade instalada de produção de energia eólica, segundo o Global Wind Statistic 2017, documento anual com dados mundiais de energia eólica produzido pelo Global Wind Energy Council (GWEC).