A Agência Saudita de Notícias (SPA) registrou que um condenado, um imigrante natural de Myanmar, teve a cabeça decepada e foi crucificado em Meca na quarta-feira (8), sob endosso do rei saudita Salman bin Abdulaziz Al Saud, da Suprema Corte e da corte de apelações. Segundo a sentença, Elias Abulkalaam Jamaleddeen era culpado de latrocínio após invasão de uma casa e de tentativa de estupro e roubo de armas e munição em outra residência.
Apesar de ser um dos campeões de execuções no mundo, são raras as crucificações na Arábia Saudita, mas quando isso acontece o corpo sem cabeça é posto em exibição com os braços estendidos. Em julho, em um único dia o regime saudita executou sete adultos condenados por homicídio e tráfico de drogas. O número de cabeças cortadas no primeiro trimestre de 2018 cresceu 70% em comparação com igual período do ano passado, asseverou a Organização Saudi-Europeia de Direitos Humanos (ESOHR).
A Anistia Internacional tem denunciado que as condenações que levaram a essas execuções em muitos casos apresentam sérias falhas nos procedimentos judiciais, que ficam muito aquém dos padrões internacionais. Frequentemente os réus são condenados inteiramente com base em “confissões” obtidas sob tortura e maus tratos, têm seu direito a advogado negado ou são submetidos a julgamentos secretos.
A entidade antipena de morte Reprieve denunciou em março que a taxa de execuções na Arábia Saudita dobrou desde que Mohammed bin Salman foi apontado como príncipe coroado em 2017. Houve 133 execuções nos oito meses desde seu apontamento em junho passado, comparado com 67 nos oito meses anteriores.