
O procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, indicado e reconduzido para o cargo por Jair Bolsonaro, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que recuse a denúncia feita contra Aécio Neves por ter recebido R$ 65 milhões de propina.
A denúncia contra o deputado federal e ex-governador de Minas Gerais foi oferecida pela PGR em 2020, reunindo provas e delações que apontam para os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro cometidos por ele.
Na segunda-feira (8), a PGR mudou de posição e disse que o chamado “Pacote Anticrime” impede denúncias baseadas apenas em delações. A denúncia contra Aécio, porém, tinha comprovantes de transferências feitas para o exterior por um aliado de Aécio Neves, dando sustentação ao que foi contado pelos delatores.
Augusto Aras está tentando proteger Aécio Neves porque ele é aliado de Jair Bolsonaro, que o indicou para a PGR.
A mesma coisa aconteceu com Arthur Lira (PP-AL), em 2020, quando a Procuradoria voltou atrás de uma denúncia para proteger o amigo, tendo antes falado que as “provas que se somam, completam-se e formam um todo firme”.
Segundo a própria PGR, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez pagaram propina para Aécio Neves como “contrapartida pelo exercício de influência em negócios da área de energia desenvolvidos em parceria” com as empreiteiras.
O dinheiro foi entregue como forma de “caixa 2” na campanha do deputado Aécio Neves.
A Polícia Federal afirmou que foram colhidos “elementos probatórios concretos de autoria e materialidade para se atestar que estão presentes indícios suficientes” de que Aécio praticou o crime de corrupção passiva.
O inquérito também contava com as delações de Marcelo Odebrecht, Henrique Valladares, Otávio Marques de Azevedo, Rogério Nora de Sá, Flávio Gomes Machado, Flávio David Barra e Maria Clara Chuff Soares.
A denúncia atingia Aécio Neves da Cunha, Dimas Fabiano Toledo, Alexandre Accioly Rocha, Marcelo Bahia Odebrecht e Ênio Augusto Pereira Silva.
Aécio Neves tem atuado como base do governo de Jair Bolsonaro, mesmo com o PSDB na oposição ao governo.
O presidente do partido, Bruno Araújo, falou que Aécio estava tentando implodir a candidatura da terceira via para favorecer Bolsonaro.
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