A senadora e candidata à Presidência da República, Simone Tebet (MDB-MS), fez críticas ao procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, após se reunir com representantes da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) na terça-feira (6), em Brasília.
Tebet afirmou que o PGR tem adotado uma postura subserviente a Jair Bolsonaro (PL), denunciando que ele “senta em cima dos processos de investigação da classe política”. A emedebista acusou Aras de engavetar processos e denúncias para proteger o presidente da República.
“O quanto está fazendo falta essa independência, de não ter um procurador-geral que veio realmente votado pela instituição, e que hoje por ter sido escolhido por livre nomeação do presidente da República, acha que deve subserviência, acha que deve servidão ao presidente. Matou a investigação de um grande escândalo de corrupção dentro da compra de vacinas e senta em cima de processos de denúncias”, disse.
Para Simone Tebet, a postura do procurador tem consequências negativas para o MP, como instituição. “O MP fica fragilizado a partir do momento que seu chefe não atende aos interesses da sociedade, mas do presidente de plantão”, pontuou.
“Isso fragiliza a democracia e, consequentemente, cria essa desarmonia. O Brasil não vai voltar a crescer, gerar emprego e renda se não fizermos o dever de casa no que se refere à pacificação com harmonia entre os poderes”, acrescentou.
A senadora prometeu respeitar a lista tríplice dos mais votados na eleição interna do Ministério Público Federal, uma tradição quebrada por Bolsonaro, para indicação do procurador-geral da República. Ela considerou a hipótese de colocar na Constituição, por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional, a obrigação do presidente de escolher um dos três mais votados pela instituição.
O próximo procurador-geral da República será escolhido em 2023, quando se encerra o mandato de Augusto Aras.
MACHISMO
A senadora e candidata da coligação MDB, PSDB, Cidadania e Podemos também criticou o comportamento de Bolsonaro neste 7 de setembro.
Em discurso num caminhão de som do agro, próximo do local do desfile oficial, que havia acontecido minutos antes, Bolsonaro puxou um coro de “imbrochável” após citar a esposa, Michelle, e compará-la a outras primeiras-damas.
“Vergonhoso e patético!”, escreveu Simone Tebet no Twitter. “No dia da Independência do Brasil, o Presidente mostra todo seu desprezo pelas mulheres e sua masculinidade tóxica e infantil. Como brasileira e mulher, me sinto envergonhada e desrespeitada”, continuou.
“Além de pária internacional devido à falta de segurança e estabilidade política, agora o país também vira motivo de chacota pelas falas machistas do seu líder, que deveria dar exemplo. O Brasil não merece o governo que tem!”, completou.