Araújo acusa OMS do ‘crime’ de ‘construir a solidariedade comunista planetária’

Ernesto Araújo, chefe do Itamaraty (Foto: reprodução)

Afirmação faz parte do alinhamento automático do governo Bolsonaro a Donald Trump

O presidente dos EUA, Donald Trump, tentou jogar para a Organização Mundial da Saúde (OMS) a responsabilidade pelo desastre que a pandemia está provocando em seu país. Trump proveitou a assembleia mundial da saúde para criticar a OMS.

O secretário de Saúde dos EUA, Alex Azar, afirmou que a OMS “falhou em obter as informações que o mundo precisava e essa falha custou milhares de vidas”. O Brasil e outros 60 países apoiaram o pedido de uma investigação “imparcial”, independente da resposta dada pela OMS à pandemia.

O Brasil também vem embarcando em uma onda crítica à OMS. O chanceler brasileiro Ernesto Araújo é um defensor do alinhamento automático e acrítico a tudo que Trump defende e fala.

Ele já vinha macaqueando o presidente dos EUA e já tinha criticado a Organização Mundial da Saúde.

“Transferir poderes nacionais à OMS, sob o pretexto (jamais comprovado!) de que um organismo internacional centralizado é mais eficiente para lidar com os problemas do que os países agindo individualmente, é apenas o primeiro passo na construção da solidariedade comunista planetária”, escreveu Ernesto em seu blog.

O alinhamento automático do governo brasileiro à política belicista de Trump é criticada por diversos especialistas.

Para o professor de Relações Internacionais da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Tanguy Baghdadi, se o Brasil junto com os EUA tomar uma atitude de crítica dura em relação à OMS, será mais um episódio de “alinhamento” com as ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para ele, o Brasil corre risco caso escolha sempre “replicar” as posições da Casa Branca na arena internacional.

“Isso é um risco porque o Brasil acaba perdendo uma certa identidade diplomática que conseguiu construir ao longo de décadas. O ideal é que o Brasil consiga, por mais que tenha uma posição mais próxima à norte-americana, como historicamente tem, fazer uma avaliação própria de quais são os prós e contras de cada um dos cenários que aparecem pela frente”, completa o professor.

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