Ao lado dos dirigentes da Central Operária Boliviana (COB), o presidente Luis Arce comandou nesta segunda-feira a marcha comemorativa do 1º de Maio até a Praça São Francisco, no centro de La Paz, onde anunciou diante de milhares de manifestantes o aumento de 5% no valor do salário mínimo – contra uma inflação de 3,1% -, elevado para 2.362 pesos (R$ 1.710).
“Os trabalhadores são a força que impulsiona a economia e a construção de uma Pátria com mais igualdade e justiça social. Parabéns!”, afirmou o presidente boliviano. Além de destacar a relevância da valorização dos salários para a retomada do crescimento, Arce defendeu a necessidade do respeito aos direitos sociais e de uma atuação cada vez mais firme do Estado na garantia de políticas públicas de qualidade.
Destacando o papel protagonista da classe no processo de transformação, comandado pelo Movimento Ao Socialismo (MAS), o presidente entregou três Decretos Supremos à COB: o 4.926, que estabelece licença especial para os trabalhadores acessarem cursos profissionalizantes e de capacitação; o 4.927, que estabelece autorizações para a participação em atos comemorativos e o já anunciado 4.928, que estabelece o reajuste salarial de 5% no salário mínimo para 2023.
Junto à multidão, no centro da capital, Arce reiterou o compromisso do governo com “o processo de industrialização, para a Bolívia se tornar um exemplo porque somos um país que tem tudo”. A descoberta do poço de hidrocarbonetos Yope-X1, no município de Yapacaní em Santa Cruz, reforça a relevância de seguir firmes neste caminho, assinalou. “É um sinal de que continuamos com o modelo econômico baseado na exploração dos recursos naturais, mas mais do que isso, na sua própria industrialização”, disse o presidente, enfatizando que esta é a firma para agregar valor e garantir soberania.
“DEIXAR A DIREITA INTERNACIONAL DE MÃOS VAZIAS”
O líder boliviano apontou que “há uma situação política marcada pelo desejo da direita internacional e nacional de dividir nossas organizações sociais, incluindo nossa COB, nossos sindicatos e confederações porque sabem que somos fortes”. Daí, enfatizou, a necessidade de atuarmos cada vez mais firmes e unitários. “Irmãos e irmãs, é muito importante estarmos conscientes de que o fator fundamental para deixar a direita com as mãos vazias e avançar no projeto dos trabalhadores e do povo boliviano é a unidade monolítica em torno da nossa gloriosa COB”, acrescentou Arce.
O secretário executivo da Central Operária Boliviana, Juan Carlos Huarachi, reiterou seu total apoio ao governo de Luis Arce e afirmou que estão atuando “juntos” para consolidar as transformações. “Se garantimos a estabilidade política, o governo é obrigado a garantir a estabilidade da economia para atender a demanda social. É por isso que estamos aqui de mãos dadas e essa é a diferença hoje com o novo processo de mudança”, frisou Huarachi.
O 1º de maio é um dia de luta de protesto e homenagem aos mártires de Chicago, que em 1886 lideraram uma revolta nos Estados Unidos por melhores condições de trabalho, incluindo a redução da jornada para oito horas. Além das dezenas de mortos e feridos, a repressão ao movimento resultou em três trabalhadores condenados à prisão perpétua e cinco à pena de morte.