“Exigimos o respeito pelo direito político ao voto dos nossos compatriotas bolivianos no Brasil e nos demais países onde a votação está habilitada”, afirmou Luis Arce Catacora, candidato do Movimento ao Socialismo – Instrumento Político pela Soberania dos Povos (MAS-IPSP) à presidência da Bolívia.
A conclamação de Arce é uma resposta à provocação do encarregado de negócios da Embaixada da Bolívia em Brasília, Wilfredo Rojo – representante da oligarquia que destituiu o presidente Evo Morales em 2019 – de que considerava “impossível” a realização das eleições em 18 de outubro devido ao coronavírus.
Arce repudiou o despropósito anticonstitucional e ressaltou que “o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) deve garantir este exercício democrático, adequando seus protocolos às regras de biossegurança de cada país”.
Vivem no Brasil cerca de 250 mil bolivianos, dos quais 80 mil são imigrantes regularizados. No sufrágio do ano passado, organizados em 197 mesas eleitorais, estavam habilitadas 45.793 pessoas, das quais 44.232 (96%) se encontravam em São Paulo, explica a assessoria do MAS. As demais estavam dispersas nos estados do Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rondônia. Para se ter uma ideia do significado da participação brasileira, vale ressaltar que no país andino, o departamento (Estado) de Pando soma 72.580 eleitores habilitados.
Conforme Mario Tordoya, do movimento internacional Unidos pela Wiphala, que reúne representantes de entidades populares, “a grande concentração de bolivianos em São Paulo facilita bastante a resolução da questão eleitoral, que não pode ser transformada em problema, como tenta fazer o governo de Jeanine Áñez”. Na verdade, assinalou, “por ter tomado o poder de assalto, Áñez e os neoliberais temem as urnas, principalmente no Brasil, país em que o MAS teve mais de 70% dos votos nas últimas eleições”.
Em defesa do direito dos bolivianos ao voto, informou Tordoya, a comunidade realizará uma manifestação nesta quarta-feira (2), a partir das 10 horas, em frente ao Consulado Boliviano em São Paulo, na rua Coronel Artur Godoi, n° 7, Vila Mariana.