Centenas de milhares de argentinos tomaram as ruas na última quinta-feira contra a política de violentos cortes nos programas sociais e pela imediata readmissão de todos os demitidos pelo governo de Maurício Macri.
“Hoje temos uma Greve Nacional das Estatais e uma Jornada de Lutas desde a Terra do Fogo (Sul) até Quiaca (Norte). Paramos contra as demissões, contra o fechamento de fábricas, para que se declare emergência alimentar, porque há fome no nosso país, para que se cumpra com a emergência social”, declarou o secretário-geral da Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE), Hugo Godoy.
Em Buenos Aires, mais de 15 mil marcharam pelas ruas do centro para exigir um basta à política de sucateamento do Estado, “que compromete o presente e enterra o futuro”. No começo do ato, Nora Cortiñas, Mãe da Praça de Maio, animou a todos: “Filhos e filhas, aqui estão presentes com vocês os 30 mil detidos e desaparecidos. Em nome das Mães pedimos a reincorporação imediata de todos os demitidos, Todos e todas são imprescindíveis”.
Para Rafael Vargas, dirigente da Federação Açucareira Regional, que liderou uma grande caravana desde Salta e Jujuy, “os trabalhadores vieram para dizer que não ficarão de joelhos diante de uma política de ajuste que agride o nosso povo para beneficiar a uma pequena minoria de exploradores”.
Alertando sobre o desmonte do setor público da saúde, Mirta Jaime, presidenta da Associação dos Servidores do Hospital Posadas, explicou que a instituição tem novas 122 demissões, “que se somam a outras 520 desde março de 2016”. “Hoje dizemos ao governo de Macri que não estamos dispostos a seguir com este pacote, que estamos aqui defendendo a saúde pública, universal, gratuita e de qualidade para todos”, sublinhou.