O Fundo Monetário Internacional (FMI) registrou na quinta-feira (13) a incorporação do yuan, ou renminbi (RMB, na sigla em inglês) chinês, como meio de pagamento para os Estados-membros usarem no cumprimento de suas obrigações financeiras com a organização.
“Como já dissemos no passado, as autoridades argentinas continuam em dia com suas obrigações financeiras com o FMI. O RMB é uma das cinco moedas livremente utilizáveis que os membros podem e têm usado para liquidar suas obrigações com o FMI”, disse Julie Kozack, porta-voz do FMI, em uma coletiva de imprensa.
A observação veio depois que a Argentina usou o yuan para pagar uma parte de sua dívida ao FMI.
Kozack confirmou que a Argentina pagou ao FMI em moeda chinesa o equivalente a US$ 1,1 bilhão dos US$ 2,7 bilhões vencidos no mês passado.
Em junho o Banco Central da Argentina e Pequim estenderam sua linha de swap por mais três anos. O que dobra o montante de dinheiro que a Argentina pode usar livremente, de 35 bilhões de yuans para 70 bilhões de yuans.
A Argentina, que está sob o pesado desafio de seguir honrando o desastroso acordo com o FMI feito pelo neoliberal Macri para pagar aos fundos abutres norte-americanos, também enfrenta escassez de reservas de moeda estrangeira, devido à redução significativa de suas exportações de grãos, principal fonte de divisas, por causa da seca. Ao que se soma a fraqueza do peso argentino, afetado pela taxa de inflação anual do país, que supera os 100%.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos da República Argentina (INDEC), cerca de 40% dos argentinos atualmente vivem na pobreza no segundo semestre de 2022.
Também o Brasil assinou neste ano um acordo com Pequim para facilitar o comércio e investimentos por meio do uso das respectivas moedas nacionais.