O Instituto Independência da Argentina acusou, em ação penal, o presidente Mauricio Macri, o chefe do Gabinete de Ministros, Marcos Peña; a ministra de Segurança, Patricia Bullrich; e o ministro de Defesa, Oscar Aguad, por traição à Pátria após os acordos com os Estados Unidos para instalar uma base militar no país. A organização, criada em 2016, é formada por lideranças do movimento peronista e presidida por Daniela Bambill, ex- coordenadora da Direção Nacional de Migrações.
As acusações foram apresentadas após as declarações de Bullrich sobre a abertura de uma base de operações para agências norte-americanas na província de Misiones, na tríplice fronteira com Brasil e Paraguai. Durante sua presença nos Estados Unidos, a ministra se reuniu com o titular da DEA (Agência de Combate às Drogas dos EUA), Robert Patterson, e com chefes da agência de Homeland Security (Segurança Interior).
A ação considera, ainda, que os integrantes do Gabinete de Macri são suspeitos de comprometerem segredos políticos, industriais, tecnológicos ou militares, vulnerando a segurança da Argentina, os meios de defesa disponíveis ou as relações exteriores do país.
“Está em perigo a integridade nacional… este governo não está fazendo outra coisa que não seja negligenciar nossos direitos soberanos”, disse Daniela em entrevista a um programa de rádio local, advertindo que a decisão do governo de Macri deixa a porta aberta à “introdução de tropas estrangeiras no território nacional sem a prévia autorização” do Congresso.
O Instituto Independência é apoiado por dirigentes como Luis Basterra, vice-presidente do bloco de Deputados nacionais da Frente para a Vitória; Darío Martínez, deputado nacional por Neuquén; Darío Díaz Pérez, senador pela província de Buenos Aires; Jorge Fernández, reitor da Universidade Nacional da Defesa; Carlos Rodríguez, vice-reitor da Universidade Pedagógica; Jorge Coscia, ex-secretário de Cultura da Nação; Walter Abarca, deputado nacional por Buenos Aires.
SUSANA SANTOS