A polícia da cidade de Buenos Aires reprimiu, com gás lacrimogêneo e a cacetetes, um protesto que reuniu mais de 10 mil pessoas diante do Ministério do Desenvolvimento Social. A manifestação foi contra novas medidas de arrocho atingindo programas sociais e ameaçando fechar restaurantes comunitários, centros de apoio a crianças carentes, empregos temporários, e outras formas de suporte à população de baixa renda.
A marcha foi encabeçada pela Central de Trabalhadores da Argentina, CTA, e a Federação Nacional Territorial (FeNaT, que congrega associados de acordo com organizações por localidades). A FeNaT acaba de anunciar sua integração à CTA.
“Viemos dizer que este modelo econômico está levando fome a nossas famílias e que provocar a fome é crime mas, as respostas do Ministério foram cacetetes, gás e balas de borracha. Prenderam vários companheiros e temos outros que estão hospitalizados”, denunciou Pablo Spataro, secretário geral da CTA.
Apesar de que a Argentina produz alimentos para abastecer 440 milhões de pessoas, pelo menos 10,4% das crianças do país padecem de fome, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Entre as principais reivindicações que foram apresentadas pela manifestação de terça-feira, 23, estão o fim dos cortes nos programas sociais e nos empregos e a exigência de que o governo declare a emergência alimentar.