
Sob a palavra de ordem de “Bloqueie tudo”, manifestantes ocuparam as ruas da França, nesta quarta-feira, contra o governo de Macron por sua política de cortes orçamentários que leva o país ao colapso
Macron está tendo que nomear mais um novo primeiro-ministro depois que François Bayrou, muito enfraquecido até naufragar com minoria no parlamento francês, entrou em queda livre depois que legisladores derrubaram o voto de confiança, por 364 a 194.
Na terça. dia 9, outro neoliberal, Sébastien Lecornu, foi convocado às pressas para novo primeiro-ministro, o quarto nomeado por Macron em um espaço de 12 meses.
No meio da confusão da incompetência de Macron em manter a coesão de sua base no parlamento francês, com partidos governistas em frangalhos, uma política de austeridade que está destruindo a classe média francesa e permitindo o avanço da extrema-direita fascista, uma crise política tomou conta da França.
Nas redes sociais da França, o movimento “Bloqueie tudo” começou rapidamente a tomar forma. Sem uma liderança concreta ou alguma mobilização mais centralizada que identifique os líderes do movimento, o dia de ação ficou marcado para esta quarta-feira.

Marinheiros locados no porto de La Joliette, em Marselha anunciaram que fariam paralisações. Estudantes de Lille defenderam, em protesto, várias ocupações em agências imobiliárias. Os portuários de Bordeaux defenderam uma paralisação de 24h dos portos.
Os manifestantes, dispersos e muito desorganizadamente, tentaram bloquear as estradas, armazéns, depósitos logísticos e tocaram fogo em pneus com o objetivo de parar o país para cumprir o objetivo anunciado no “bloquear tudo”. Mais de 80.000 policiais foram mobilizados para reprimir a população francesa indignada com a incompetência e corrupção.
“Não é apenas Bayrou que deve cair, mas todo o sistema podre,” manifestantes em Paris gritaram o durante o protesto.
“Estamos fartos de sermos explorados, agora é a hora de atacar com força,” disseram os manifestantes de Toulouse que trabalham fazendo entregas.
Sob gás lacrimogêneo, em Paris e várias outras cidades francesas, a população francesa saiu às ruas e houve enfrentamento com a polícia de repressão de Macron. O Ministério do Interior francês comunicou que 473 pessoas foram presas.