A devastação perpetrada por Milei na economia argentina fez o país entrar em recessão com o Produto Interno Bruto despencando em 5,1% no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período de 2023.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). A medição indica que o país entrou em recessão técnica, assim definida quando a atividade econômica cai por dois trimestres consecutivos. No último trimestre de 2023, a redução no PIB foi de 2,6%.
A contração da atividade – fruto dos desastrosos cortes nos investimentos, manutenção e custeio públicos – ocorreu a partir de uma queda de 6,7% no consumo privado e de 5% no consumo público. Ao mesmo tempo, o investimento teve uma contração de 23,4%.
DESASTRE DO DÉFICIT ZERO
Milei, que assumiu a presidência em dezembro passado dizendo que teria que cortar gastos para chegar a um déficit fiscal zero, determinou a paralisação de obras federais e a interrupção do repasse de dinheiro para os Estados. Além disso, deixou de subsidiar tarifas de água, gás, luz, transporte público e serviços essenciais – política que se aplicava no país há muito tempo —, o que resultou em um aumento agressivo nos preços ao consumidor.
41,7% DOS ARGENTINOS ABAIXO DA LINHA DA POBREZA
Pelos dados econômicos divulgados nesta segunda-feira 24, em nível setorial a recessão foi especialmente acentuada no setor da indústria manufatureira, que registrou uma queda interanual de 13,7%, e na construção que, ligada ao congelamento das obras públicas, caiu 19,7% comparado com o primeiro trimestre de 2023.
Em conseqüência dessa política, os salários reais caíram 17% de novembro para março, provocando uma queda de 10% nas vendas dos supermercados no mesmo período e colocando 41,7% dos 46,7 milhões de argentinos abaixo da linha da pobreza, segundo o Indec.
De forma coerente, e tendo em conta a ausência de políticas destinadas a prevenir ou dificultar as demissões, o desemprego aumentou dois pontos percentuais em apenas um trimestre. Enquanto estava em 5,7% no final de 2023, atingiu em abril 7,7% de acordo com o último relatório oficial.
A pesquisa INDEC surge da Pesquisa Permanente de Domicílios (EPH) que é realizada em uma amostra representativa dos 31 principais conglomerados urbanos onde vivem pouco mais de 29,5 milhões de pessoas.