
Para a entidade da indústria de máquinas, aumento da Selic é “injustificado” e “intensifica a política monetária contracionista do Banco Central”
A Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) afirmou, em nota divulgada na segunda-feira (23), que a decisão do Comitê de Política Econômica (Copom) de elevar a taxa básica de juros para 15% “intensifica a política monetária contracionista do Banco Central”. “Essa alta agrava ainda mais o encarecimento do crédito, mantendo o Brasil entre os países com juros reais mais altos do mundo”, ressalta a entidade.
O BC elevou a taxa Selic pela sétima vez consecutiva, desta vez em 0,25 ponto percentual, de 14,75% para 15% ao ano. O maior patamar desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano.
“Esse novo patamar de juros é injustificado, uma vez que os efeitos desinflacionários já começam a ser sentidos. Em um ambiente econômico marcado pela desaceleração do PIB industrial, a persistência de uma Selic tão alta pode sufocar a retomada e minar a geração de empregos e renda, em segmentos com maior complexidade econômica. A tensão entre a necessidade de conter a inflação e a urgência de preservar o investimento industrial tem se mostrado especialmente crítica, com empresários sentindo na pele os efeitos cumulativos da alta do custo de capital de giro e para investimentos”, manifestou a entidade.
Nesta terça-feira (24), o Banco Central divulgou a ata do Copom que decidiu não só pela elevação do juro básico da economia em mais 0,25 ponto percentual, mas reafirmou, conforme manifestação do presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, que o juro ficará nas alturas por um período “bastante prolongado”.