“Eles (os brasileiros) precisam muito mais de nós do que nós deles”, afirmou o bufão a uma repórter da Globo. Prepotência gratuita só faz revelar toda a fraqueza do império decadente
Perguntado sobre as perspectivas das relações dos Estados Unidos com o Brasil, Donald Trump, que já havia ofendido e ameaçado o Panamá, a Groenlândia, o México e o Canadá, destilou prepotência também contra os brasileiros. Disse que não dá a menor importância para as relações de seu país com o Brasil. “Eles (os brasileiros) precisam muito mais de nós do que nós deles”, afirmou o bufão a uma repórter da Globo.
DESRESPEITO AOS VIZINHOS
O novo ocupante da Casa Branca desrespeita seus vizinhos para tentar passar uma imagem de superioridade, mas o que ele busca, na verdade, com sua verborragia xenófoba é tentar abafar uma realidade dolorosa em que vive o povo americano.
A realidade, de fato, é que o seu país vem perdendo poder e influência no mundo, vem assistindo o empobrecimento de seu povo, a divisão crítica da sociedade e a desmoralização até mesmo no campo militar em todos os lugares onde se meteu. O vexame no Afeganistão e a derrota na Ucrânia – mesmo com o uso de toda a OTAN – estão aí para provar este fato.
Falar grosso, agredir e ameaçar nações soberanas não é sintoma de força, de poder, como aparenta. É, na verdade, uma demonstração de fraqueza e de impotência. Um sintoma de que a elite americana – antes toda poderosa – agora se utiliza de um fascista, degenerado, boquirroto, destemperado e condenado por fraudes para dirigir os seus negócios.
Não é por acaso que o lema de campanha de Trump foi “Tornar os EUA Grande Novamente” (MAGA na sigla em inglês). Um reconhecimento claro de que o país não é mais aquele, que afunda na decadência econômica, social e moral e já não está com essa bola toda.
DERROTAS MILITARES
Se pensar bem, já desde a derrota dos “marines” para os bravos vietnamitas na década de 70 do século XX, os americanos não ganharam uma sequer em embates militares.
O que fizeram foi jogar bombas assassinas e destruir países inteiros, como foram os casos criminosos do Iraque e da Líbia. Populações civis dizimadas de cima, vítimas de bombardeios criminosos. Nações destroçadas e depois abandonadas à própria sorte.
Exatamente como se assiste agora no genocídio da ditadura israelense (satélite americano na Ásia Ocidental ) ao povo palestino. Contra populações desarmadas, os covardões (EUA e Israel) cantam de galo. Já contra o Exército russo…
ALIANÇA ESTRATÉGICA CHINA/RÚSSIA
É claro que um fascista como Trump, empossado por uma oligarquia financeira em processo de putrefação, pode – com suas “loucuras” – causar muito alvoroço no planeta. Pode causar muito sofrimento, tanto para os trabalhadores, os imigrantes e os negros americanos, quanto para os povos de todo o mundo.
Mas, convenhamos, a barreira representada pela aliança estratégica entre a China, gigante asiático e maior potência econômica da atualidade, e a Rússia, maior potência militar do mundo, além do fortalecimento do BRICS, é muito forte. Não há, portanto, o mesmo espaço que havia antes para que ocorram agressões do imperialismo pelo mundo afora.
O que países como o Brasil, o México, a Indonésia e outros podem fazer num momento como este é desconsiderar as bravatas de Trump e se unir e fortalecer a resistência do Sul Global. É se aproveitar da crise do imperialismo americano para colocar em prática vigorosos planos nacionais de desenvolvimento.
LIVRAR AS AMARRAS
Esta é a hora certa para se livrar das amarras impostas pelo domínio imperial e deslanchar as forças produtivas de cada país antes explorado e humilhado. O México acaba de anunciar um plano desse tipo (leia aqui) e o Brasil está prestes a consolidar o seu; ele deve conseguir implementá-lo assim que se livrar dos representantes internos do neoliberalismo.
Quando o centro imperialista – no caso os Estados Unidos e o G7 – está em crise, como ocorre hoje, abrem-se espaços para que os países dominados rompam com a exploração e se libertem.
Foi assim na crise 1929, que abriu espaço para grandes revoluções em todo o mundo, inclusive no Brasil. E está sendo assim, agora, com a conformação de um mundo multipolar em contraposição ao domínio absoluto dos EUA. O mundo novo está nascendo com o surgimento e ampliação do BRICS e a libertação da África. São oportunidades como esta que o Brasil não pode e não deve perder.
SÉRGIO CRUZ
Muito boa análise!!