Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirma que os produtores gaúchos devem ficar tranquilos. “Teremos uma medida provisória muito em breve que dará benefícios aos produtores de arroz do Rio Grande do Sul”
O anúncio pelo governo federal da compra de 104 mil toneladas de arroz para manter o mercado nacional abastecido e evitar o aumento de preços diante da tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul, o maior produtor de arroz do país, será adquirido no mercado internacional através da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Segundo divulgou o órgão, na quarta-feira (15), o arroz chegará para os consumidores brasileiros por preço subsidiado pelo governo no máximo por R$ 4 o quilo.
“O arroz que vamos comprar terá uma embalagem especial do governo federal e vai constar o preço que deve ser vendido ao consumidor. O preço máximo ao consumidor será de R$ 4 o quilo”, reforça o presidente da Conab, Edegar Pretto.
A meta do governo federal é atingir um milhão de tonelada de arroz, beneficiado ou em casca, para recomposição dos estoques públicos. Nesta primeira fase, as 104 mil toneladas de arroz serão destinadas à venda para pequenos varejistas e equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional das regiões metropolitanas dos estados de São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará, Ceará, informou o ministério.
O alimento virá sobretudo dos parceiro do Brasil no Mercosul, que tem vantagens tributárias, com destaque para o Paraguai.
O pacote de 5 quilos de arroz deve ser vendido por preço máximo de R$ 20, o que já considera a margem de venda dos pequenos comerciantes, mercados e mercearias. Para garantir esse preço, o governo investirá em subsídio, em média, R$ 5 por cada pacote de 5 quilos.
PRODUTORES GAÚCHOS
O Rio Grande do Sul responde por 70% da produção de arroz no país e quase 80% da safra do ano já havia sido colhida antes das chuvas no estado e suas trágicas consequências. Ainda assim, há dificuldade de acessar armazéns e transportar a produção para o resto do país, o que poderá afetar os preços do arroz nos próximos meses.
De acordo com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, “o governo federal não pensa em hipótese alguma concorrer com os produtores de arroz que passam por dificuldades. Nosso objetivo é evitar especulação financeira e estabilizar o preço do produto nos mercados de todo o país”. “É arroz pronto para consumo, já descascado, para não afetar a relação de produtores, cerealistas e atacadistas”, completou o ministro, ao divulgar a portaria sobre a importação de arroz.
Em São Paulo, na quarta-feira (15), o ministro Fávaro declarou que o governo quer tranquilizar os produtores gaúchos e anunciou que “teremos uma medida provisória muito em breve que dará benefícios aos produtores de arroz do Rio Grande do Sul”.
“Temporariamente nós temos o risco da especulação do desabastecimento, por isso estas são medidas cautelosas, mas aguardem os próximos dias. Os produtores de arroz devem ficar tranquilos porque eles também terão medidas de incentivo. O governo está agindo de forma comedida, mas com total transparência e com olhar de futuro para os produtores brasileiros”, declarou Fávaro.
