O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) afirmou que “é muito grave o que aconteceu” e que as denúncias contra Bolsonaro precisam ser investigadas.
“Não é primeira vez. O comportamento reiterado de ataque às instituições democráticas, se comprovado, é crime de responsabilidade”, observou.
Para Molon, o processo “não pode ser fruto de um ato voluntarista, de iniciativa isolada ou campo político da oposição. É uma conclusão das forças democráticas do país, da sociedade, do Congresso”.
“É preciso reunir forças no Congresso, comprovar a veracidade dessa denúncia”, disse se referindo à acusação feita pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro de que Jair Bolsonaro demitiu o diretor-geral da Polícia Federal para proteger seus familiares e aliados.
Para ele, “ainda é cedo” para pedir impeachment de Jair Bolsonaro.
O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um inquérito para apurar o caso. Deputados estão colhendo assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
“É cedo para falar qual medida deve ser tomada. Seria precipitado anunciar qualquer medida”, afirmou Molon em entrevista para o portal Congresso em Foco.
“É preciso que o Congresso se reúna, por meio de seus líderes, e decida quais medidas tomar. É uma questão que não se limita à oposição, mas afeta todas as forças democráticas do país, quem tem compromisso com a democracia”.
“Se ela escalada autoritária não for interrompida agora, poderá ser tarde demais. Precisamos fazer algo imediatamente. Precisamos avaliar esse cenário com cautela e prudência”, concluiu.
O presidente nacional do Cidadania23, Roberto Freire (PE), afirmou que “o impeachment entrou na política brasileira. Agora, quando isso irá ocorrer, em função da pandemia, é muito difícil de precisar”.
“O jogo ainda não está sendo jogado, você está ainda nas preliminares”, comentou. O deputado acredita que as manifestações de rua cumpriram importante papel nos impeachments de Fernando Collor, em 1992, e de Dilma Rousseff, em 2016, o que não poderá acontecer durante a crise do coronavírus.
“Você não vai ter a mesma característica, as mesmas causas, as mesmas movimentações”, disse.