“O objetivo real era colocar as centrais na base da pirâmide sindical e transformá-las em grandes escritórios de negociação. O documento esparramou a discórdia, aprofundou as divisões e fragilizou a unidade sindical”.
Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), postou nas redes sociais, nesta sexta-feira (17), que, “na plenária sindical do dia 18 de janeiro, convocada pelo presidente Lula, no Palácio do Planalto, “o sindicalismo deveria ter exigido a definição da política para o reajuste do salário mínimo, em vez de se preocupar com selfies. Se fossem mais sindicalistas e menos amigos de infância do presidente, teriam feito isso”.
“De todo modo, criou-se um grupo de trabalho com a tarefa principal de apresentar a proposta de política de aumento continuado do salário mínimo”, disse o presidente da CTB. Em vez de produzir tal estudo, as três Centrais (Adilson se refere à CUT, à Força Sindical e à UGT) sacaram da manga um projeto intempestivo, confuso, divisionista e mal-escrito sobre negociação coletiva.
“O objetivo real era colocar as centrais na base da pirâmide sindical e transformá-las em grandes escritórios de negociação. O documento esparramou a discórdia, aprofundou as divisões e fragilizou a unidade sindical”.
Adilson lembrou que Lula, na plenária, pediu para o movimento sindical fazer sua pressão. Sendo assim, acredita o sindicalista, o presidente deve ter pensado: ‘esses companheiros não fazem o que combinamos dia 18 e, além disso, arranjam um projeto que não estava combinado. Vou eu mesmo resolver a questão, porque governante governa’.
O presidente da CTB considera que fazer nota contra Lula é fácil. “Quero ver o estudo de recuperação gradativa do mínimo, conforme o combinado na plenária nacional sindical do dia 18”.
Adilson, em entrevista ao HP, declarou que considera muito importante e significativo que o primeiro reajuste do salário mínimo fosse à regra revogada pelo Bolsonaro (inflação mais o crescimento do PIB), ou seja, R$ 1.243. “Só trará vantagens para nossa economia, com o fortalecimento do poder de compra dos trabalhadores”.
CARLOS PEREIRA
Essa proposta da CUT, UGT e FS não passa na base. Pluralismo não passa na base cutista. Por exemplo, imagina meu camarada Zé Ferreira, presidente do SEEB RJ brigando com a direção nacional da CUT que incentivou a criação do Sindicato dos Bancários do Itaú, ou do Bradesco. Esses burocratas do movimento sindical querem se locupletar nas direções nacionais, querem um sindicalismo de compadrio, pelego, de negócios. Nãos estão preocupados com a verdadeira transformação Legislativa no mundo do trabalho. Em pleno século 21, enquanto a humanidade desenvolve fórmulas matemáticas capazes de gerar chips para domínio de máquinas que alteram as regras na agricultura, na medicina, na construção civil, na indústria, etc, ainda convivemos com trabalho escravo. Quase 40 milhões de trabalhadores explorados pelas plataformas digitais precisam ter urgente uma legislação que obrigue os reais patrões com a previdência e leis trabalhistas de proteção e regramentos obrigatórios na segurança e medicina do trabalho. Mas a CUT. UGT e FS querem se apoderar de todo o movimento sindical e transformar esse movimento num instrumento burocrático servil aos governos de turno.