O país recordista de medalhas nos Jogos de PyeongChang é a Noruega, com 14 medalhas de ouro, 14 de prata e 11 de bronze, num total de 39. Embora um dos amedalhados, Lasse Kjus, tenha dito à Reuters que “é difícil dizer porque o desempenho foi tão bom”, um documentário da televisão pública sueca SVT afirmou que desde 1992 “70% das medalhas olímpicas de esqui norueguesas foram conquistadas por asmáticos”. O que foi confirmado pelo jornal norueguês VG: 42 de 61 medalhas. segundo a mídia, a proporção de asmáticos na população norueguesa é de 10%.
Pouco antes do início dos Jogos, a empresa estatal de radiodifusão norueguesa NRK divulgou uma lista de medicamentos antiasma “preventivamente” levados a Pyeongchang pelo médico da equipe norueguesa: 1.800 doses de Symbicort, 1.200 doses de Atrovent, 1.200 doses de Alvesco, 360 doses de Ventolin e 1.200 doses de Airomir.
O que equivale a 10 vezes mais drogas asmáticas do que a vizinha da Noruega, a Finlândia, trouxe para os mesmos Jogos. Conforme relato à Reuters do médico chefe do comitê antidoping norueguês, Medikee Thorsby, “na prática habitual, a Noruega usa medicamentos para asma em doenças graves no sistema respiratório … mesmo quando o diagnóstico de asma não é específico”.
O documentário faz referência a um estudo dinamarquês que confirma o “efeito anabólico”, comum nos esteróides, que alguns medicamentos para a asma têm no corpo humano. O que considera “uma brecha óbvia” para “doping”.
Seis inalações da droga antiasma formoterol aumenta a velocidade de passada e a força muscular, afirmou o pesquisador Morten Hostrup, da Universidade de Kopenhagen. O que se deve a que, além de aliviar os sintomas agudos de asma, também expande a capacidade dos pulmões dos atletas e aumenta a resistência à fadiga.
Não é a primeira vez que a questão vem à tona. Em 2016, um teste antidoping do três vezes medalhista olímpico norueguês de esqui, Martin Johnsrud Sundby, revelou níveis quase dez vezes maiores do estimulador Beta-2 Salbutamol (Ventolin) do que o limite estabelecido pela Mundial Antidoping (AMA): 15.000 microgramas versus 1600 microgramas/dia.
Sundby foi submetido à leve pena de suspensão por dois meses, além da perda das vitórias indevidas no Tour de Ski de 2015. De volta aos 33 anos nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 na Coreia do Sul, ganhou dois ouro e uma prata.
Em entrevista ao canal sueco, um especialista em veterinária e doping da Associação Internacional de Equitação, Peter Kallings afirmou que o clenbuterol, um medicamento contendo os mesmos ingredientes ativos do salbutamol, poderia produzir um efeito anabólico sobre os cavalos.