“Petróleo, petróleo e petróleo, com essa pirataria, as verdadeiras razões para a prolongada agressão contra a Venezuela foram finalmente reveladas”, enfatiza Gustavo Petro
“Acabaram de apreender um navio — é pirataria, um petroleiro, é petróleo — em outras palavras, estão demonstrando por que fazem o que fazem”, afirmou o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, durante a 2ª Cúpula dos Povos do Caribe Ocidental na cidade de San Andrés, em referência ao sequestro de um navio que transportava petróleo venezuelano na costa do Caribe. “Petróleo, petróleo e petróleo”, afirmou.
“Ontem a máscara deles caiu”, declarou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sobre a questão. “Não são hospícios, ‘notícias falsas’. Não, não é o Trem de Aragua, ‘notícias falsas’. Não, não é o narcotráfico, ‘notícias falsas’. Não. É o petróleo, que eles querem roubar”, frisou.
O presidente assinalou que as autoridades norte-americanas cometeram “um ato absolutamente criminoso e ilegal” ao procederem com um ataque militar, sequestro e roubo, como piratas do Caribe contra um navio mercante, comercial, civil, privado, um navio da paz.
ROUBO E PIRATARIA INTERNACIONAL
Num episódio inédito nas operações militares que o governo de Donald Trump realiza ao longo da costa da Venezuela, as Forças Armadas dos EUA interceptaram um navio petroleiro venezuelano no Mar do Caribe na quarta-feira (10). Imagens mostram soldados americanos entrando e apreendendo o navio.
Donald Trump anunciou a apreensão do petroleiro na costa da Venezuela e disse, sem justificar nada, que Washington pretende confiscar o petróleo que o navio transportava.
“Nessas circunstâncias, as verdadeiras razões para a prolongada agressão contra a Venezuela foram finalmente reveladas. Não se trata de migração. Não se trata de narcotráfico. Não se trata de democracia. Não se trata de direitos humanos. Sempre se tratou de nossa riqueza natural, nosso petróleo, nossa energia, os recursos que pertencem exclusivamente ao povo venezuelano”, declarou o governo de Maduro, que em um comunicado descreveu o ocorrido como “um roubo descarado e um ato de pirataria internacional”.
AMÉRICA LATINA CONDENA AÇÃO CRIMINOSA
Os governos de Cuba e do México e a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) também repudiaram a ação criminosa dos EUA.
O Ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, condenou em comunicado o “ato vil de pirataria e a apreensão, pelas forças militares desse país, de um navio que transportava petróleo venezuelano, o que contraria as regras do livre comércio e da liberdade de navegação, em flagrante violação do direito internacional”.
“O México sempre defenderá a autodeterminação dos povos, a não invasão, a não interferência e a decisão dos povos de terem governos que o próprio povo escolha”, disse a presidente mexicana Claudia Sheinbaum em sua coletiva de imprensa matinal.
Por sua vez, a ALBA endossou a declaração de Rodríguez e enfatizou que “este ato constitui uma violação gravíssima do Direito Internacional e um ataque direto à soberania da República Bolivariana da Venezuela.
ATAQUES “EXTRAJUDICIAIS E INACEITÁVEIS”
Já o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, em entrevista publicada nesta sexta-feira (12), classificou os ataques dos Estados Unidos contra supostas embarcações do tráfico de drogas perto da costa venezuelana como “inaceitáveis”.
“Na minha opinião, essas operações extrajudiciais são inaceitáveis porque minam o direito internacional”, afirmou Sánchez em entrevista publicada no semanário italiano L’Espresso.
“Questionar o direito internacional é, mais uma vez, preocupante”, insistiu o líder socialista espanhol. Ele também afirmou que essas operações alimentam as críticas à “inconsistência do Ocidente em relação aos seus dois pesos e duas medidas”.
“Precisamos encontrar caminhos para o diálogo e uma solução pacífica para esta crise”, acrescentou.











