O jornalista revelou ao mundo imagens dos assassinatos de civis no Iraque pelas tropas invasoras americanas. Perseguição cruel da Casa Branca visou calar a liberdade de imprensa
O mundo inteiro comemora a libertação do jornalista Julian Assange, o homem que denunciou os crimes cometidos pelos Estados Unidos e que, por isso, sofreu uma perseguição cruel e implacável do regime da Casa Branca. Assange tinha que ser “eliminado” por ter mostrado ao mundo, entre outras coisas, os assassinatos covardes de civis no Iraque ocupado pelas tropas americanas invasoras.
A perseguição a Assange, fundador do site WikiLeaks, violou a lei internacional, desrespeitou a soberania de países, mandou a liberdade de imprensa às favas e mostrou a verdadeira face da “democracia” americana.
O objetivo da repressão americana era esconder os crimes hediondos cometidos por suas tropas nas guerras de rapina cometidos pelo “exército imperial” contra países como o Iraque, a Líbia, a Síria e outros.
“O mundo está um pouco melhor e mais justo hoje”, disse Lula, presidente brasileiro que, junto com o Papa Francisco, contribuiu para a libertação de Assange.
O assessor especial de assuntos internacionais da Presidência da República, o ex-chanceler Celso Amorim, comentou e libertação de Assange. “É uma vitória da liberdade de expressão, ainda que tardia, com muito sofrimento. Espero que ele esteja bem de saúde”, disse Amorim. A preocupação de amorim procede porque Assange esteve perto de perder a vida depois de passar muito tempo se refugiando em embaixadas ou em celas de países que se submeteram à pressão da ditadura americana.
O jornalista foi preso em dezembro de 2010 na Grã-Bretanha com um mandado europeu após o WikiLeaks divulgar uma série de documentos com os crimes dos Estados Unidos. Muitos apoiadores de Assange disseram que o site defendia a liberdade de expressão e que as tentativas de processá-lo eram um ataque ao jornalismo. Os EUA pretendiam manter ocultos os seus crimes cometidos nos assaltos a outras nações.
Desde 2012, Assange se abrigou, na condição de asilado político, na embaixada do Equador em Londres. Porém, em 11 de abril de 2019, o presidente equatoriano Lenín Moreno surpreendeu o mundo ao revogar o benefício e entregar o australiano às forças policiais britânicas. Assange procurou a embaixada equatoriana após a Suécia pedir sua extradição para os EUA em 2012.
O desmoralizado regime americano escondeu sua perseguição política criando uma farsa contra o jornalista. A Casa Branca fabricou um falso estupro na Suécia e acusou o jornalista australiano. A acusação foi retirada pelo governo sueco em 2017, mas Assange, sabendo que seria enviado aos EUA, se manteve no consulado.
Assange deixou a prisão no Reino Unido na noite desta segunda-feira (24), após conseguir, com apoio de quase todo o mundo, impor um acordo com a Justiça dos Estados Unidos. Ele vai se declarar responsável pelas denúncias que fez e que os EUA chamam de “espionagem”. Ele ficou preso durante cinco anos. Assange recebeu fiança do Supremo Tribunal de Londres e foi libertado no aeroporto de Stansted durante a tarde, onde embarcou em um avião e partiu do Reino Unido.
A conta do WikiLeaks na rede social X (antigo Twitter) divulgou uma foto e um vídeo de Julian Assange já no avião que o levará às Ilhas Marianas do Norte, no Pacífico, após o ativista ser libertado da prisão na Inglaterra. Pelo acordo, o fundador do WikiLeaks deve ser sentenciado a 62 meses de prisão, tempo que ele já cumpriu no Reino Unido. Após se declarar responsável pelas denúncias e passar pela audiência, Assange estará oficialmente liberado e espera-se que ele volte para a Austrália, país do qual é cidadão.