
Ambulantes da região do Brás realizaram um protesto na manhã deste sábado (12) para denunciar o assassinato do ambulante senegalês Ngange Mbaye, de 34 anos. O crime ocorreu quando a polícia tentou apreender sua mercadoria, segundo relatos de ambulantes.
Ngange chegou a ser resgatado pelo SAMU, mas não resistiu e faleceu ao ser socorrido na Santa Casa de Misericórdia. A manifestação foi atacada com bombas de gás lacrimogêneo.
O rapaz estava trabalhando quando houve a abordagem, sendo agredido por com cassetetes, pegou uma barra de ferro e avançou contra os policiais. Mas o disparo só ocorreu quando o camelô tentou correr com os produtos, frutos de seu sustento. Ele foi baleado no abdômen na rua Joaquim Nabuco, no Brás, umas das regiões de comércio mais movimentadas da cidade.
Na manifestação, os trabalhadores exibiam cartazes com pedidos de justiça pelo senegalês e críticas à PM, com cartazes com dizeres como “a polícia brasileira é racista”, “socorro, polícia assassina mata trabalhador” e “a farda não dá licença para matar, justiça já”.
De acordo com informações do UOL, familiares e amigos do rapaz estiveram presentes. O irmão de Ngange chorou enquanto ouvia uma amiga falar sobre ele. Outro amigo do senegalês precisou ser amparado após ter uma crise de choro.
Manifestação reuniu centenas de pessoas. A maioria delas era de imigrantes senegaleses e de brasileiros que trabalham como ambulantes na região. Nem mesmo representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB escaparam da agressão. Uma das sete advogadas disse que também foi agredida com bombas de efeito moral jogadas na direção dela. Os advogados registraram boletim de ocorrência no 8º Distrito Policial.