A polícia francesa reprimiu uma manifestação contra a morte de um jovem negro por policiais na estação de trem Gare du Nord, localizada em Paris. Aos gritos de “Justiça para Massar”, os manifestantes percorreram o interior da estação, no domingo (3). Apesar do abuso policial, que não economizou cacetadas e gás de pimenta, os manifestantes resistiram e o ato se estendeu para as ruas vizinhas à estação.
O jovem Massar D. (20) foi preso pela polícia na Gare du Nord, no início de novembro, e pouco depois entrou em estado de coma profundo, vindo a falecer 13 dias após ter sido hospitalizado. A manifestação foi organizada por seus parentes, com apoio da comunidade negra e de dezenas de ativistas dos direitos humanos da cidade, exigindo uma investigação sobre o que levou Massar à morte. Para a jornalista Rokhaya Diallo, que fez a cobertura da manifestação, “a família e os movimentos de protesto contra a violência policial estão apenas exigindo esclarecimentos sobre as circunstâncias problemáticas do desaparecimento de Massar”.
A manifestação foi convocada, entre outros, pelo site “demonsphere.eu” e transmitida ao vivo pelo Facebook através da página “Blocus Info” e pelo Twitter do jornalista Sihame Assbague. Nas imagens é possível ver a indignação dos manifestantes que reclamam a morte de três jovens negros (Joail (19), Nicolas (21) e Massar) em apenas uma semana. Tais mortes corresponderam a 20% das estatísticas anuais apontadas pelo governo para a morte de jovens negros.
Em sua defesa, conforme noticiou o site francês “20 Minutes”, a policia afirma que Massar foi preso após perseguição dentro da estação por suspeita de trafico de drogas. Testemunhas, alegaram ao site, que Massar foi agredido pelos policiais durante e após a perseguição. Pouco depois ele passou mal e teve uma parada cardíaca, causando dano cerebral.