O assassinato de Denis Kireev, membro da primeira delegação ucraniana para negociações com a Rússia, em Kiev, deve ser totalmente investigado, disse Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, na segunda-feira (7). “Obviamente, isso deve ser investigado completamente”, disse Dujarric durante uma coletiva de imprensa.
Continua repercutindo o assassinato no meio da rua do negociador Denis Kireev, que de acordo com as informações iniciais disponíveis na mídia ucraniana fora executado em uma incursão dos serviços secretos ucranianos.
O político e jornalista ucraniano, Anatoly Sharij, afirmou que Kireev “foi executado com um tiro na cabeça” perto de um tribunal em Kiev.
De acordo com o jornal Ukrayinska Pravda, citando fontes anônimas, agentes do serviço secreto ucraniano (SBU) tinham evidências “claras” de alta traição e grampearam o telefone dele.
O parlamentar e jornalista Aleksandr Dubinsky foi o primeiro a postar nas redes sociais que Kireev havia sido morto por agentes do SBU, durante uma tentativa de prendê-lo.
Citando suas próprias fontes, outros dois meios de comunicação ucranianos, Ukraina.ua e Obozrevatel, confirmaram a execução.
O portal Ukraina inclusive publicou uma foto um tanto borrada de um homem tombado na calçada, com sangue em seu rosto e se acumulando sob sua cabeça.
A foto do morto e de Kireev na mesa de negociação na Bielorrússia foram expostas juntas, facilitando a percepção de que se tratava mesmo do negociador.
Kireev foi descrito como um ex-financista e gestor de fundos de private equity, que no passado ocupou um cargo de alto nível no State Savings Bank of Ukraine.
Embora não se saiba exatamente o que aconteceu, isso está ocorrendo em uma situação de pânico e histeria nos círculos extremistas ucranianos, que vêem um russo chegando em cada sombra.
Com a versão do século 21 das ‘volksturmm’ – os milicianos alistados para Hitler quando o bunker estava prestes a cair – instalada por toda parte com farta distribuição de armas, qualquer um pode ser confundido com um “russo” ou “amigo de russo”, há bandos trocando tiros e basta estar no lugar errado na hora errada, ou esbarrar com um desafeto, para a situação ficar esquisita.
A informação inicial de que Kirev seria um “agente russo” foi afinal contraditada pela própria diretoria-chefe de Inteligência de Kiev. Ela asseverou que Kireev estava entre os três agentes “mortos protegendo a Ucrânia” em uma operação de batida policial. A pergunta que fica é: o que um ex-banqueiro, destacado a participar de uma delegação oficial em tempo de guerra, estaria fazendo numa ação desse tipo?