Agonia do regime nazista de Kiev o leva a atos covardes como o cometido contra o tenente-general Kirilov, declarou ainda o ex-presidente russo, Dmitry Medvedev
O vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional russo, e ex-presidente do país, Dmitry Medvedev, afirmou que será “inevitável” a retribuição aos mandantes do ato terrorista que assassinou esta terça-feira (17) em Moscou o comandante das Tropas de Defesa Radiológica, Química e Biológica das Forças Armadas da Rússia, tenente-general Igor Anatolyevich Kirillov, ato que considerou expressão da “agonia do regime de Bandera”.
“Com suas últimas forças, [Kiev] está tentando justificar sua existência inútil diante de seus mestres ocidentais, prolongar a guerra e a morte, justificar a situação catastrófica no front. Percebendo a inevitabilidade de sua derrota militar, está infligindo golpes covardes e vis em cidades pacíficas”.
Kirillov e seu auxiliar, Ilya Polikarpov, foram mortos na porta do prédio onde ele residia. Uma fonte em Kiev confirmou à Reuters que este era “trabalho da SBU” [serviço secreto ucraniano], enquanto outra fonte ucraniana disse à BBC que Kirillov era um “alvo legítimo” .
O assassinato de Kirillov é o resultado das políticas ocidentais de apoio aos crimes de guerra na Ucrânia, afirmou a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova.
“O ataque em Moscou foi uma continuação e um desenvolvimento da espiral de aprovação dos crimes de guerra dos militantes do regime de Kiev pelo Ocidente”, publicou a diplomata em seu canal Telegram.
Kirillov, ela assinalou, foi incluído na base de dados do site ucraniano Mirotvorets (Pacificador), que agrega informações sobre pessoas que acusa de serem inimigas da Ucrânia.
Comentando a falta de reação dos países ocidentais ao assassinato, a porta-voz sublinhou que “todos aqueles que acolhem os ataques ou os silenciam deliberadamente são cúmplices”.
Nos últimos dias, Kirillov tinha denunciado os esforços do regime de Kiev para fabricar uma bomba nuclear “suja”. Anteriormente, Kirillov havia denunciado a rede de 45 biolaboratórios do Pentágono em volta da Rússia, muitos deles na Ucrânia, e o uso, pelo regime de Kiev, da armas químicas no Donbass, em mais de 400 eventos, dando inclusive nomes aos bois.
Em janeiro, ele alertara que os objetivos de Washington no domínio militar-biológico iam “da criação e manipulação de agentes causadores de infecções particularmente perigosas em regiões do mundo que são estrategicamente importantes para os Estados Unidos”, aos esforços para alcançar “superioridade global em biofabricação, monitoramento biológico e expansão de pesquisas biológicas militares potencialmente antiéticas e ilegais fora das jurisdições dos EUA”.
Foi ainda Kirillov quem desmascarou outras provocações da Otan, como a encenação pelos capacetes brancos em Duma, na Síria, de suposto ‘ataque químico’. E a ocorrida em Londres, envolvendo um ex-espião russo e sua filha, no caso do ‘envenenamento por novichok’ curiosamente a poucos quilômetros do maior centro de guerra química britânica.
As denúncias de Kirillov impediram que a rede de biolaboratórios do Pentágono na Ucrânia fosse varrida para debaixo do tapete, forçando a então subsecretária Victoria Nuland a admitir, no Congresso dos EUA, sua existência. Partiu dele, ainda, a denúncia do envolvimento do filho de Biden, Hunter, no esquema de financiamento dessa rede.
Kirillov também foi um dos criadores da vacina Spunik V contra o coronavírus e encabeçou o desenvolvimento do sistema de lança-chamas TOS-2 “Tosochka”, com projéteis termobáricos, que incineram o alvo.
“ONDE QUER QUE ESTEJAM”
O regime de Kiev “é um estado terrorista liderado por um presidente ilegítimo – um nazista. Todos os culpados devem receber a punição que merecem”, indignou-se o presidente da Duma (parlamento russo), Vyacheslav Volodin.
Aqueles que organizaram e executaram o assassinato de Kirillov serão encontrados e punidos, “quem quer que sejam e onde quer que estejam”, reiterou o presidente do Comitê de Defesa da Duma, Andrey Kartapolov.
Ele destacou o papel de Kirillov em expor sistematicamente, com fatos, ações dos EUA de guerra química, biológica e radioativa, em violação do direito internacional. Particularmente no que diz respeito à criação de laboratórios do Pentágono no mundo inteiro. “Nós os pegamos lá [na Ucrânia], e o papel de Kirillov nisso é maior do que o de qualquer outro”.
A questão do assassinato de Kirillov será levada à reunião do Conselho de Segurança da ONU do próximo dia 20, disse o vice-representante russo na organização, Dmitry Polyansky, solicitada anteriormente pela Rússia.
INVESTIGAÇÕES INICIAIS
Segundo as investigações, o dispositivo explosivo foi colocado em um patinete elétrico estacionado perto da entrada do prédio residencial, cerca de duas horas antes, contendo aproximadamente 200 gramas de TNT.
Às seis da manhã, seu motorista e seu assistente o buscaram na Ryazansky Prospekt, no sudeste de Moscou. A bomba explodiu quando Kirillov estava saindo da entrada e o assistente segurava a porta para ele. O motorista teria sobrevivido, segundo fontes russas.
Apesar da importância de seu cargo, o chefe das tropas RKhBZ não tinha segurança de Estado especialmente designada, o que reflete uma certa particularidade da situação de “operação especial militar”.
O general Kirillov morava em um prédio comum de Moscou, em uma área não muito valorizada da capital. A entrada dá diretamente para a rua; não há pátio cercado ou mesmo barreira. Nas proximidades há um shopping center e estações de metrô.
O dispositivo explosivo foi detonado remotamente. A saída da casa foi monitorada por uma câmera instalada em um carro compartilhado estacionado em frente à entrada poucos dias antes do ataque terrorista. A explosão danificou as vidraças do primeiro ao terceiro andares e também estourou as janelas da casa em frente.