“É uma agressão, e eu não sei como o Irã vai reagir. Tenho lido que eles vão retaliar com força”, acrescentou o assessor de Lula
O assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, ex-chanceler Celso Amorim, afirmou nesta quinta-feira (1), em entrevista ao site UOL, que o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, no Irã foi um excesso e uma violação inaceitável à soberania de outro país. “Em vez de enfraquecer o Hamas, isso fortalece”, opinou.
“Você não poderia fazer uma coisa dessas, é uma violação à soberania”, declarou Amorim. O assessor de Lula afirmou que o Irã acabou de eleger um presidente mais moderado, “segundo a visão ocidental”. Em sua opinião, a situação forçará o país a provocar uma escalada da tensão na região.
A ditadura israelense, com a ajuda financeira e militar do governo dos Estados Unidos e do Reino Unido, já matou mais de 35 mil civis na Faixa de Gaza, em sua grande parte mulheres e crianças, e segue bombardeando a população palestina. O regime de Israel já foi condenado no Conselho de Segurança e no Tribunal Penal da ONU, mas não obedece nenhuma resolução tomada pela comunidade internacional.
O líder do Hamas assassinado era o principal negociador para um cessar-fogo na região. Com o crime, Israel jogou pela conflagração geral da região. “É uma agressão, e eu não sei como o Irã vai reagir. Tenho lido que eles vão retaliar com força”, destacou Celso Amorim. Ismail Haniyeh estava no Irã para a posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. Segundo diversas fontes, um míssil israelense teria atingido o local onde estava Ismail.
“Foi excesso que pode custar muito caro”, disse Amorim. O assessor da Presidência também fez críticas ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. “Não se pode confundir o povo judeu, o governo Netanyahu e o Estado de Israel. Se ele [Netanyahu] sai do poder, pode ser que ele seja preso, há várias acusações sobre ele… A guerra é uma forma de ele se manter no poder.”