O órgão máximo da ONU também condenou as proibições à atuação do principal órgão de socorro humanitário aos palestinos refugiados em Gaza, a agência das Nações Unidas, UNRWA
A Assembleia Geral da ONU votou contra a carnificina promovida por Israel contra o povo palestino ao determinar – por ampla maioria – o “cessar-fogo imediato, incondicional e permanente” na faixa de Gaza. Foram 158 votos a favor, 9 contra e 13 abstenções.
Em segunda votação, a Assembleia Geral também votou em dar apoio à ‘Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente’ (United Nations Relief and Works Agency for Palestine Refugees in the Near East – UNRWA). Com 159 votos a favos, 9 contra e 11 abstenções.
A resolução é uma pressão para que Israel respeite o mandato da UNRWA e obriga o governo israelense a “cumprir suas obrigações internacionais, respeitar os privilégios e imunidades da UNRWA e manter sua responsabilidade de permitir e facilitar a assistência humanitária completa, rápida, segura e desimpedida em todas as suas formas em toda a Faixa de Gaza”
O Embaixador da Eslovênia na ONU, Samuel Zbogar, discursou pelo fim do genocídio contra Gaza. “Gaza não existe mais”, disse. “Está destruída. Os civis estão enfrentando fome, desespero e morte.”
“Não há razão para esta guerra continuar. Precisamos de um cessar-fogo agora. Precisamos trazer reféns para casa agora,” concluiu. Outra condição da resolução pedindo pelo cessar fogo é a liberação dos reféns presos pelo Hamas.
“O preço do silêncio e do fracasso diante da tragédia palestina é um preço muito alto, e será mais pesado amanhã,” discursou o vice-embaixador da Argélia na ONU, Nacim Gaouaoui.
Há 14 meses Israel está atacando brutalmente a faixa de Gaza, deixando mais de 45 mil mortos e mais de 105 mil feridos, segundo dados oficiais. Gaza se tornou o lugar em que há mais amputações de crianças per capita no mundo e 70% das vítimas mortas pela violência israelense são mulheres e crianças de acordo com o órgão do escritório de direitos humanos da ONU.
Segundo um artigo publicado na revista ‘The Lancet’ (uma das mais prestigiadas no meio médico no mundo), o número de vítimas pode ultrapassar 200 mil por que a faixa sofre, além dos bombardeios diários dos genocidas israelenses com a falta de recursos como água potável, comida e medicamentos. A ONU já denunciou que Israel está fazendo um bloqueio impedindo que ajuda humanitária entre em Gaza. Mais de 1 milhão de pessoas estão desalojadas em Gaza sem moradia, eletricidade e saneamento.