A comunidade acadêmica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) reuniu centenas de estudantes, professores e funcionários, na segunda feira (22), no Centro de Vivências do campus I, João Pessoa, para discutir o projeto – o chamado Future-se – apresentado pelo ministro da Educação do governo Bolsonaro, Abraham Weintraub, que pretende privatizar as instituições de ensino superior federais.
Dentre os principais pontos do programa estão a criação de um fundo imobiliário (constituído a partir da venda de imóveis da União) para o financiamento das universidades federais, a transferência da gestão das instituições para Organizações Sociais (OSs) e o aumento da captação de recursos do setor privado para financiar projetos, como locação e venda de prédios e espaços públicos.
A assembleia foi convocada pela reitora da UFPB, Margareth Diniz, que defende a unidade da comunidade acadêmica para combater os retrocessos apresentados pelo MEC: “Vamos juntos. Eu digo que juntos nós somos muito mais fortes, e é nesse conjunto e nessa determinação que nós vamos, certamente, dizer não ao Frature-se”.
Margareth apresentou o projeto aos presentes e adiantou que “sexta-feira (26/07) nós teremos uma reunião no Espírito Santo, dos 63 reitores das universidades federais, oportunidade em que deverá sair uma nota da ANDIFES [Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior], que é a associação que representa as 63 universidades federais. Dia 31, teremos reunião do CONSUNI (Conselho da Unidade), quando também deverá sair uma nota do Conselho Universitário sobre este tema”.
A deputada estadual, Cida Ramos (PSB-PB), ex-estudante da UFPB afirmou que “nós não vamos compactuar com um programa que almeja mascarar a ausência de verbas e de investimentos nas instituições. Esse presidente jamais entenderá a capacidade de luta e de mobilização do povo paraibano e brasileiro. Estaremos, mais do que nunca, em defesa da universidade pública, gratuita, inclusiva e laica. Sem autonomia, não há soberania”.
Cintia Ferreira, estudante do primeiro período de Letras falou sobre como este projeto será desastroso para o conjunto da juventude que ingressa na universidade pública, em especial para os mais pobres.
“Não podemos deixar que esse projeto privatize as universidades, eu acabei de ter acesso à UFPB, estou cursando Letras, se tiver que pagar, terei que abandonar meu sonho”, disse Cintia.